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Epidemiologista propõe cinco medidas de antecipação à pandemia consoante evolução

O especialista em saúde pública apontou que a sua proposta é feita com base na experiência acumulada, resultando na análise da resposta quando existia menos informação, não havia vacinação, e não existia imunidade. 
  • Sessão COvid-19 no Infarmed
    FOTO: Presidência da República
8 Março 2021, 12h11

O especialista em saúde pública Henrique de Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), esteve presente na reunião do Infarmed para abordar a resposta à pandemia e os percursos para a decisão de confinamento, comparando a resposta portuguesa com a do Reino Unido e de outros países europeus.

Henrique Barros, através de videoconferência, admitiu que a incidência durante a primeira vaga era sete vezes mais baixa quando foram tomadas as decisões atempadamente, enquanto na segunda vaga os valores foram “muito mais altos”.

O epidemiologista do ISPUP propõe que se implementem medidas de antecipação seguindo a previsão de incidência cumulativa, do número de internamentos totais e em Unidades de Cuidados Intensivos por milhão de habitantes em 14 dias.

“Imaginar como é que em cada momento é o momento da incidência dos últimos 14 dias ou o valor atual dos internamentos e a partir desses valores prever o que irá acontecer nos próximos 14 dias, tirando partido do facto de sabermos que as medidas demoram cerca de dez dias a atuar e portanto temos assim a evidência do que poderá acontecer no pior cenário ao fim de cerca de dez dias”, disse Henrique de Barros na sua intervenção.

O especialista em saúde pública apontou que a sua proposta é feita com base na experiência acumulada, resultando na análise da resposta quando existia menos informação, não havia vacinação, e não existia imunidade.

Segundo o epidemiologista, o seu plano consegue antecipar a resposta ao nível nacional e também regional, dando “espaço para ponderação” e não apresentando “limites rígidos”.

O esquema proposto por Henrique de Barros passa por cinco grandes grupos de medidas, indo de medidas individuais às mais gravosas, que se aplicam a períodos de mais pressão. O nível zero não tem medidas, “apenas medidas individuais não farmacológicas, como uso de máscara, distanciamento e lavagem da mãos”, o nível um passa por “não autorizar reuniões com mais de 50 pessoas”, o segundo nível passa por “fechar cafés, restaurantes e comércio”, o terceiro nível permite “interromper atividades de ensino presencial secundário e superior” e o quarto nível passa por “interromper atividades de ensino presencial no básico e encerrar creches”.

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