O presidente turco, Recep Erdogan, disse esta quinta-feira no âmbito da sua participação no Grupo de Cooperação do Sudeste Europeu (SEECP) em Antalya (Turquia), que a União Europeia não conseguirá atingir a dimensão geoestratégica e política que pretende ser ter a Turquia no sei agregado.
“Não é possível à União Europeia alcançar o seu objetivo de ser um centro de atração e poder sem a Turquia”, disse Erdogan, repetindo um raciocínio que tem vindo a fazer publicamente desde há algum tempo. “Ancara espera que a União se livre imediatamente da cegueira estratégica e avance no processo de adesão com uma agenda positiva”.
Erdogan disse ainda que os países da região Sudeste da Europa não têm o “luxo” de ficarem sentados a observar o que está a acontecer em relação à imigração irregular – numa clara alusão ao acordo entre a União e a Turquia, através do qual o agregado paga para que o regime de Ancara sirva de tampão aos refugiados.
Erdogan também alertou contra o aumento do racismo, da islamofobia e do sentimento anti-imigrante à escala global, que, disse, se tem transformado gradualmente num problema de segurança nacional.
O SEECP reúne os Balcãs, mas não só: Turquia, Albânia, Bósnia/Herzegovina, Bulgária, República da Macedónia, Roménia, Sérvia, Grécia, Croácia, Moldávia e Montenegro fazem parte do grupo, que Ancara observa como “um símbolo da vontade comum dos países da região em melhorarem a cooperação entre si e trazerem estabilidade ao Sudeste da Europa”. O próximo presidente do SEECP será a Grécia.
A questão da entrada da Turquia na União Europeia foi um problema que a presidência portuguesa do Conselho da União preferiu deixar de fora da agenda, mas é muito provável que a Eslovénia – que substituirá Portugal, pretenda ter uma palavra mais ativa sobre a questão. Para já, é oficial que a Eslovénia pretende acelerar o processo de adesão dos países dos Balcãs.
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