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Escritórios: serviços financeiros, consultores e advogados preferem Saldanha, Marquês e Liberdade, com tecnológicas a irem para o Parque das Nações

Entre 2013 e 2019, o número de empresas não-financeiras na Área Metropolitana de Lisboa aumentou 25%, sendo que entre 2016 e 2020 cerca de 40 novas empresas do sector das tecnologias da informação instalaram-se também na capital.
9 Março 2022, 15h00

O Central Business District (CBD) considerada a zona prime de Lisboa e que engloba as zonas referentes à Avenida da Liberdade, Marquês de Pombal, Avenida Fontes Pereira de Melo e Saldanha, é uma das principais escolhas por parte de empresas multinacionais, quer para sediar as suas operações ou para relocalizar as suas instalações, segundo o estudo “Where do Companies Want to Be?”, divulgado pela consultora imobiliária Savills esta quarta-feira, 9 de março.

Este estudo analisa o desempenho mercado ocupacional de escritórios nos cinco últimos anos, além dos movimentos migratórios das empresas entre zonas de mercado entre o ano 2020 e o terceiro trimestre de 2021.

Entre 2013 e 2019, o número de empresas não-financeiras na Área Metropolitana de Lisboa aumentou 25%. Uma subida justificada de acordo com o estudo pelo investimento realizado nas áreas da inovação, comércio e investigação, o que faz com que atualmente encontrem-se sediadas na capital cerca de 354 mil empresas, com o maior número de trabalhadores de empresas estrangeiras a concentrar-se no sector tecnológico.

De resto, a área da tecnologia verificou entre 2016 e 2020 cerca de 40 novas empresas que decidiram instalar-se em Lisboa, juntamente com marcas do sector automóvel como a Mercedes Benz.io, a Volkswagen Digital Solutions, a Critical Techworks (parceria entre BMW e Critical Software) e a tb.lx (Grupo Daimler) que também escolheram a cidade para a colocação dos seus centros de competências.

Os dados do Índice Europeu de Inovação colocam Lisboa no 12.º lugar na tabela das cidades mais inovadoras da União Europeia (UE). Além da organização do maior evento tecnológico (Web Summit) os mais de 100 espaços de coworking espalhados pela cidade têm também contribuído para a promoção da criatividade, flexibilidade contratual e relações interpessoais.

Entre 2017 e 2021, o CBD e o Corredor Oeste que engloba o eixo A5 Lisboa-Cascais foram responsáveis por um volume de ocupação de 405 mil m2. Por outro lado, nos últimos cinco anos, 55% do total de transações em Lisboa foram devido a relocalização de escritórios, com 42% relativos a espaços com áreas até 300 m2 e 31% a áreas entre os 300 m2 e os 800 m2.

Por sectores, os serviços financeiros, consultores & advogados e serviços de empresas tiveram neste período um peso total de 68% no volume total de absorção de escritórios em Lisboa. Já no Corredor Oeste, foram as Technology, Media, and Telecom (TMT’s) a terem um volume de ocupação total de 35% seguido pelos sectores de produtos de consumo (13%) e farmacêuticas (12%).

Analisando os movimentos migratórios das empresas, registaram-se entre 2020 e o terceiro trimestre do ano passado 105 operações, sendo que 28% das empresas que fecharam negócios para novos espaços de escritórios provieram da zona prime do CBD e 20% do CBD que engloba as Avenidas da República e Duque de Loulé e zona das Amoreiras, seguindo-se o Parque das Nações (15%).

A relocalização de negócios representou 66% do volume total de absorção de espaços de escritórios em 2021, com as zonas do Parque das Nações (27%), Corredor Oeste (19%) e zona prime do CBD (18%) a serem os principais destinos, enquanto as empresas que decidiram expandir a sua atividade contribuíram para 21% do volume de absorção total, com as zonas do Corredor Oeste (53%) e CBD (16%) a destacarem-se.

Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, considera que “Lisboa é uma cidade completa, cada vez mais internacional, sustentada por um incrível conjunto de fatores atrativos, que permitem que todas as zonas de mercado acabem por ser escolhas exequíveis consoante o perfil do ocupante”.

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