O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) admitiu oficialmente – através de um comunicado enviado à comunicação social na noite de quarta-feira – a existência de lodo radiologicamente contaminado em vários pontos nas margens do canal de irrigação do rio Jarama e revelou cinco outras áreas contaminadas.
O CNS admite, assim, a existência de seis áreas em Espanha contaminadas por radiação, apesar de o país não possuir um inventário de solos contaminados por radioatividade, afirma o jornal “El País”.
No comunicado oficial, o supervisor afirma que o governo já está a processar as mudanças legais necessárias que facilitarão a aprovação do inventário, o que, de acordo com a CSN, “vai facilitar a implementação da relevante e necessária declaração da terra afetada por contaminação radioativa e, quando apropriado, a determinação de ações de limpeza ou restrições de utilização ou declaração de uso livre”.
Até agora, a existência em Jarama de lamas provenientes de um derrame ocorrido em 1970, que o franquismo na altura tentou esconder, era desconhecida. “Existem várias áreas que possuem radioatividade causada pelas atividades humanas”, diz o comunicado da CSN, apesar de afirmar que “não há risco radiológico significativo”.
Além do Jarama – contaminadas com césio-137 e estrôncio-90 – o CSN elenca cinco outras áreas, cuja existência era conhecida até agora: Palomares, Cuevas Almanzora (Almeria); pântanos de Mendaña, no estuário do rio Tinto, em Huelva; El Hondón, em Cartagena (Múrcia), e os reservatórios do Ebro, localizado em Flix, Tarragona.
Todas estas regiões estão bastante afastadas da fronteira com Portugal, mas, como costumam afirmar as organizações anti-nucleares, as radiações tendem a não parar nas fronteiras.
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