A quota espanhola nas grandes obras da Infraestruturas de Portugal (IP) é de 70%. O presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS), Ricardo Pedrosa Gomes, considera que a percentagem é “desproporcionada” e nota que “nunca existiu reciprocidade no mercado espanhol”, noticia o jornal “Expresso”.
“[Esta questão] deve preocupar mais do que o setor, o próprio país, tal como acontece na banca”, defende Ricardo Pedrosa Gomes. Para o presidente da AECOPS, a dependência excessiva de Espanha, bem como de outras entidades externas, faz com que Portugal não tenha capacidade de decisão e as empresas não consigam afirmar-se em termos económicos.
Também o líder da Mota-Engil, António Mota, alerta para o perigo do domínio espanhol nas grandes obras nacionais. “Em Espanha, só as construtoras espanholas singram. Nem as portuguesas nem a de outros países conseguem ganhar obras”, diz.
“A obra pública é basicamente ferroviária, e em três concursos de valor conjunto de 300 milhões de euros, nós ficámos com um de 75 milhões de euros e o resto foi para construtoras espanholas. É fazer as contas”, alerta António Mota.
Enquanto na ferrovia, o domínio espanhol ronda os 70%, alargando o leque para todas as obras acima dos 10 milhões de euros, a quota espanhola é de quase um terço.
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