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Espanhóis da Oppidum investem mais de 70 milhões no aumento de capital da EDP

O segundo maior acionista da elétrica – com 7% do capital – foi a jogo no aumento de capital para manter a sua posição na elétrica.
  • Cristina Bernardo
5 Agosto 2020, 08h06

O segundo maior acionista da EDP investiu mais de 70 milhões de euros no aumento de capital da elétrica.

A Oppidum Capital detém 7,19% da elétrica nacional e com este investimento consegue manter a sua posição intacta no capital da companhia portuguesa.

Este acionista investiu assim 73,8 milhões de euros, num total de 22,3 milhões de ações.

O aumento de capital da EDP, o equivalente a 8,45% do capital da empresa, termina às 15h00 do dia 6 de agosto. Cada ação foi lançada a 3,30 euros por ação, com um desconto de 23% face ao preço de encerramento de 15 de julho.

Na operação de aumento de capital no valor de mil milhões de euros com o objetivo de financiar a compra da energética espanhola Viesgo, os acionistas da EDP tinham de investir ou corriam o risco de ver a sua posição diluída.

A China Three Gorges vai ter de investir quase 219 milhões de euros no aumento de capital da EDP para manter inalterada a sua participação de 21,47% na elétrica portuguesa.

O único acionista qualificado português da EDP é o banco BCP que vai ter de desembolsar 21,1 milhões de euros para manter inalterados os seus 2,07%.

Na terceira posição, a seguir à Oppidum Capital, surgem os norte-americano da Blackrock que terão de investir 46 milhões para garantir os seus 4,51%.

Depois, a Alliance Bernstein vai ter de desembolsar 30 milhões para ficar com os seus 2,94%, enquanto os argelinos da Sonatrach têm de pagar 24,2 milhões para manter os seus 2,38%,.

Já a Qatar Investment Authority vai ter de gastar 23,1 milhões para segurar os seus 2,27%, com os noruegueses do Norges Bank vai ter de pagar 22,6 milhões para salvaguardar os 2,22%, e a Capital Group Companies a ter de investir 20,90 milhões para ficar com os seus 2,05% inalterados.

Também o presidente executivo da EDP, atualmente suspenso por decisão judicial, foi a jogo no aumento de capital investindo mais de 25 mil euros em para comprar mais de 7.700 ações.

A EDP também fechou um contrato com um sindicato bancário (underwriters) para assegurar que o sucesso da operação e que todas as operações são subscritas.

“Caso as novas ações não sejam totalmente subscritas no âmbito da emissão de direitos, poderão ser subscritas por Investidores Qualificados ou pelos Underwriters”, segundo o prospeto: BCP (20%);  J.P. Morgan Securities (20%); Morgan Stanley & Co. International (20%); BNP Paribas (13,33%); BofA Securities Europe SA (13,33%); Goldman Sachs International (13,33%).

A EDP anunciou que não vai cobrar qualquer custo aos investidores, avançando que as despesas com a operação, as comissões pagas ao sindicato bancário, atingem os 23 milhões de euros.

Energética espanhola avaliada em 2,7 mil milhões

A Viesgo está avaliada em 2,7 mil milhões de euros com a EDP a investir 900 milhões para fechar esta aquisição. A operação está dividida em três partes: na primeira aquisição, a EDP comprou a rede de distribuição de eletricidade da Viesgo – localizada nas Astúrias e na Galiza – em parceria com a Macquarie Infrastructure and Real Assets (MIRA). A Viesgo Distribution registou um EBITDA de 320 milhões em 2019, e vai passar a ser detida em 75% pela EDP e em 25% pela MIRA.

A segunda, é que a EDP Renováveis (detida maioritariamente pelo grupo EDP) vai comprar 100% do negócio renovável da Viesgo, que conta com 24 centrais eólicas e duas centrais mini-hídricas em Portugal e Espanha. A empresa conta com uma capacidade instalada total de 500 megawatts (MW), e está avaliada em 565 milhões de euros. A terceira parte é que a EDP também vai comprar as duas centrais a carvão da Viesgo na Andaluzia.

A compra deverá estar concluída até ao final de 2020, mas antes vai ter de passar por todas as respetivas avaliações regulatórias e governamentais, como é habitual num negócio destes. Assim, o negócio vai ser avaliado pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, e em Espanha vai ter de obter a aprovação do regulador de energia e de mercado CNMC, entre outros. Ao mesmo tempo, a empresa espanhola vai ter de passar pela “reestruturação corporativa necessária”.

Após a conclusão da operação, a EDP vai passar a deter integralmente a Viesgo e vai ter representação maioritária no conselho de administração, com direito a nomear o presidente executivo, o presidente do conselho de administração e o administrador financeiro.

https://jornaleconomico.pt/noticias/china-three-gorges-tem-de-investir-219-milhoes-para-manter-posicao-no-capital-da-edp-bcp-tem-de-pagar-21-milhoes-614476

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