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Espanhóis são quem mais compra empresas portuguesas

Os investidores britânicos, envolvidos num complexo processo de saída da União Europeia, também têm apostado em Portugal, figurando em segundo lugar na tabela de operações ‘cross-border’.
17 Março 2019, 12h00

De Espanha nem bom vento, nem bom casamento, diz o povo. Mas o velho ditado e os fantasmas que carrega parecem não meter medo no mundo dos negócios. No ano passado, os espanhóis foram os investidores estrangeiros que mais investiram na compra de empresas portuguesas, segundo os dados do Transactional Track Record (TTR).

Dos 160 negócios anunciados, 49 foram de empresas com sede em Espanha, somando mais de 2 mil milhões de euros em investimentos, segundo as contas do último relatório anual do TTR. Este valor representa o dobro do montante investido por investidores portugueses na compra de empresas em Espanha.

O ramo de atividade que os vizinhos ibéricos preferem é o imobiliário, que encabeçou o número de transações registadas no ano transato e continua a fazê-lo nos dois primeiros meses de 2019, já com seis operações tornadas públicas e 212 milhões de euros movimentados. A marcar as escolhas dos investidores espanhóis está ainda a área da Saúde e Financeira.

Depois, sobressaem os investimentos do Reino Unido e dos Estados Unidos. O apetite dos britânicos e dos norte-americanos por negócios made in Portugal – que aqueceu perante o impasse com o Brexit – notou-se em 2018 (com 1,6 mil milhões de euros e 1,3 mil milhões de euros aportados, respetivamente) e continuou a verificar-se em janeiro e fevereiro de 2019. Entre os exemplos está a gestora de fundos britânica M&G Real Estate, que adquiriu no início deste ano um edifício de escritórios na rua Alexandre Herculano, em Lisboa, por 46,5 milhões de euros.

Quanto às empresas portuguesas, ao longo de 2018, injetaram 1.071,32 milhões de euros em empresas de Espanha, 426,93 milhões de euros em brasileiras e 230,77 milhões de euros em norte-americanas. O cenário out-bound apresentou mais de quatro dezenas de aquisições, sendo que a maioria se centrou no segmento da Tecnologia. É uma tendência que se mantém no início deste ano, como por exemplo com a entrada da Sonae IM no capital da ViSenze, uma empresa de Singapura que opera na área da inteligência artificial e angariou 17,69 milhões de euros em uma ronda de financiamento series C.

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