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Estados Unidos e China retomam negociações comerciais na próxima semana em Estocolmo

“Estarei em Estocolmo na segunda e terça-feira com os meus homólogos chineses e trabalharemos no que provavelmente será uma prorrogação” da atual trégua comercial de 90 dias, que termina a 12 de agosto, afirmou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em entrevista à televisão norte-americana Fox Business.
23 Julho 2025, 09h10

Estados Unidos e China vão realizar nova ronda de negociações comerciais no início da próxima semana, em Estocolmo, na Suécia, anunciou o secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, após encontros anteriores em Genebra e Londres.

“Estarei em Estocolmo na segunda e terça-feira com os meus homólogos chineses e trabalharemos no que provavelmente será uma prorrogação” da atual trégua comercial de 90 dias, que termina a 12 de agosto, afirmou Bessent em entrevista à televisão norte-americana Fox Business.

O responsável declarou que, após os recentes acordos alcançados com Pequim, “o comércio está numa situação muito positiva” e que a nova reunião servirá também para discutir temas como o excesso de capacidade industrial da China e as compras de petróleo a países sob sanções, como a Rússia e o Irão.

“Alcançámos um novo nível de cooperação construtiva com a China e podemos agora avançar em muitas áreas, dado que o comércio estabilizou num patamar favorável”, afirmou o representante dos EUA nas negociações.

Bessent indicou que Washington pretende convencer Pequim a coordenar a sua transição para uma economia mais orientada para o consumo, em linha com os próprios objetivos internos chineses.

“Queremos que se abram. Neste momento, concentram cerca de 30% da indústria transformadora global e das exportações, o que é insustentável”, advertiu.

O secretário do Tesouro observou que, com 1.400 milhões de habitantes e uma taxa de poupança elevada, a China tem potencial para se tornar uma grande economia de consumo.

“Se conseguíssemos avançar simultaneamente – nós com mais produção e eles com mais consumo – seria benéfico para a economia global”, defendeu.

Quanto às compras de crude russo, Bessent expressou confiança na aprovação, pelo Senado dos EUA, de uma lei que permita ao Presidente Donald Trump aplicar tarifas de 100% a países que adquiram petróleo russo. Sublinhou, no entanto, que não se trata de uma medida direcionada exclusivamente à China, mas também a outros países como a Índia.

As autoridades chinesas ainda não confirmaram a realização da reunião em Estocolmo, mas o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, deu as boas-vindas através da rede social X: “Estou desejoso de receber representantes dos EUA e da China em território sueco”.

“As negociações dizem respeito principalmente às relações entre os EUA e a China, mas têm também grande impacto no comércio global e na economia mundial”, acrescentou.

Na primeira ronda, em maio, em Genebra, os dois países acordaram uma trégua comercial de 90 dias, que suspendeu temporariamente o embargo de facto resultante da escalada tarifária iniciada por Trump em abril.

Na segunda ronda, em Londres, foi assinado um acordo-quadro para aliviar restrições à exportação de bens estratégicos – no caso dos EUA, semicondutores; no da China, terras raras, essenciais para os setores aeroespacial e da defesa.

Horas após o anúncio da nova ronda em Estocolmo, o regulador chinês dos mercados suspendeu uma investigação antimonopólio contra a gigante química norte-americana DuPont, medida vista pela imprensa especializada como um “gesto de boa vontade”.

Segundo a agência Bloomberg, os EUA pretendem nesta nova ronda reduzir o défice comercial com a China e exigir maior controlo sobre os precursores químicos usados na produção de fentanil.

A China, por sua vez, deverá insistir no acesso a tecnologias avançadas, como os semicondutores, área onde continua dependente de fornecedores estrangeiros.

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