Estamos no último trimestre de 2019, e aproxima-se o momento dos balanços, aquela altura mágica em que pensamos “que mais irá acontecer?”. É que muito aconteceu em 2018 que podemos classificar de estranho. Será que 2019 vai pelo mesmo caminho?

Vamos a 2018, e comecemos por Amanda Teague, que mora em Drogheda, na Irlanda, e que – soube-se em janeiro do ano passado – casou com Jack Teague, um pirata do Haiti que morreu há uns 250 anos. Foi amor à primeira assombração, pois Amanda sentiu a presença do consorte em 2015, quando estava deitada na cama; no primeiro dia disse-lhe que era indelicado estar a perturbar a paz dela, mas ele fez orelhas moucas e continuou a aparecer. À terceira vez, começaram a falar. Diz ela que seis meses depois se sentiu apaixonada pelo dito e casaram em 2016, no alto mar, pois no Reino Unido não é possível casar com um morto, mesmo que fantasma.

A cerimónia de casamento foi professada pelo xamã celta Patrick Carberry, mas tendo Amanda assumido a confissão Wicca, uns meses depois houve uma segunda cerimónia, desta feita de acordo com a respetiva tradição. Os problemas começaram depois, até ao ponto de ela desenvolver abcessos quando faziam amor – os fantasmas são como o tabaco, nocivos para a saúde. Em 2018 divorciou-se de Jack (não sabemos se o seu estado civil passou a divorciada ou viúva), que se vingou tentando possuí-la para a assassinar. A desgraçada teve que ser exorcizada para salvar a vida. Podemos concluir que mais vale um vivo feio na mão que dois fantasmas esbeltos a voar.

Outro acontecimento notável foi a autodestruição, logo após a venda por 1,4 milhões de dólares, de uma obra de Banksy. Imagine-se a cara do comprador, com o quadro a ser destruído à frente de toda a gente. Banksy explicou que construiu o triturador e incorporou-o na obra para a destruir mal fosse vendida, e especula-se que estava na assistência pois divulgou o vídeo do acontecimento logo de seguida. Agora a pergunta é quem vai comprar o que quer que seja que ele faça? Mesmo uma pintura num pedaço de betão pode ter uma dúzia de granadas por dentro.

Outra história: em abril do ano passado John Casford entrou à noite no Jardim Zoológico de Wellington, na Nova Zelândia, para roubar um macaco para a namorada. Não conseguiu roubar nenhum, mas magoou uns quantos dos pobres animais, que ficaram em considerável stresse, e acabou com uma perna e um dente partidos. Agora vai fazer macacadas para a prisão: foi sentenciado a dois anos e sete meses de prisão, por esta e outras tropelias. Mas se, como eu, acha estas histórias o máximo, fique a saber que em 2019 já temos uma que rivaliza com elas, boa para contar aos nossos netos nas noites de inverno: o político que quis impor à oposição não se falar na campanha eleitoral de uma macacada do seu governo.