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Estímulos chocam com pessimismo sobre a pandemia

O dólar norte-americano tem-se revelado fraco nos últimos meses, mais concretamente desde o início da recuperação do mercado accionista, em Abril.
11 Janeiro 2021, 13h23

Depois de uma semana em que os índices norte-americanos reverteram o pessimismo da segunda-feira passada, e conseguiram atingir novos máximos históricos, o sentimento à entrada para uma semana que promete bastantes motivos de interesse é de cautela.

Principalmente por causa do aumento significativo de novos casos Covid-19 nas principais economias do mundo, mas também devido ao maior ruído sobre a excessiva valorização dos mercados, numa altura de elevada incerteza quanto à velocidade de imunização dos cidadãos, que consiga criar uma massa crítica suficiente para reduzir a progressão da pandemia e possibilitar assim um regresso à normalidade da actividade económica a partir do segundo semestre de 2021.

Outros pontos relevantes para os próximos dias dizem respeito ao início da earning season, que deverá ser focada nas perspectivas das empresas para o resto do ano, isto caso sintam conforto em apresentar um horizonte de previsões mais alargado, tendo em conta que em boa parte de 2020, os outlooks foram muito contidos quanto às estimativas para os seis meses seguintes.

O tópico dos estímulos vai ser um factor de otimismo com os investidores à espera de triliões de dólares em apoios à economia a serem anunciados por Joe Biden, uns dias antes da sua tomada de posse no próximo dia 20. Dos dois principais bancos centrais haverá intervenções de Christine Lagarde e de Jerome Powell em eventos online, mas que não deverão trazer grandes novidades, nomeadamente no ritmo de compras mensais de ativos.

Por fim é de realçar a fraqueza que o dólar norte-americano tem revelado nos últimos meses, mais concretamente desde o início da recuperação do mercado accionista em Abril, o que permitiu ao EUR/USD recuperar dos mínimos de $1,07 até aos $1,23.

Contudo, tal poderá ser um movimento com continuação limitada no curto e médio-prazo, não obstante o enorme aumento do déficit previsto para os EUA, uma vez que a valorização do euro e do yuan, face à moeda norte-americana já é vista como excessiva e comprometedora da actividade exportadoras das respectivas economias, o que poderá levar intervenções, ainda que não anunciadas ou apenas de retórica, dos bancos centrais europeu e da China.

O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é semanal.

 

O principal par de moedas ainda não testou a linha inferior do canal ascendente, contudo tal zona ainda poderá vir a ser visitada pelo activo, o que poderá trazer resistência acrescida no médio-prazo perto dos $1,25.

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