[weglot_switcher]

Estónia: atual primeira-ministra, de centro-direita, garante vitória confortável

Kaja Kallas, primeira-ministra do país há dois anos, assegurou uma robusta vitória nas eleições parlamentares deste fim-de-semana. O Partido Reformista é um dos maiores apoiantes externos do regime de Zelensky.
6 Março 2023, 15h22

A Estónia elegeu um novo parlamento, com o Partido Reformista de centro-direita da primeira-ministra Kaja Kallas a conseguir uma vitória sem contestação. O partido atingiu os 31,6%, muito à frente da concorrência: o EKER, de extrema-direita eurocética (com 16,1%), e o Partido do Centro, tradicionalmente favorecido pela considerável minoria de etnia russa radicada na Estónia (com 14,7%).

“Este resultado dá-nos uma forte margem para criarmos um bom governo”, disse Kaja Kallas no seu discurso de vitória. Os resultados indicam que seis partidos ultrapassaram o limite de 5% necessário para entrarem no parlamento de 101 lugares. Com uma participação eleitoral que ultrapassou os 63% – em linha com as eleições anteriores – será a direita a liderar o novo parlamento.

A Estónia, um país de 1,3 milhões de pessoas na fronteira noroeste da Rússia, tem sido um dos maiores defensores de Kiev desde que Moscovo invadiu a Ucrânia. Segundo valores oficiais, a assistência militar à Ucrânia equivale a mais de 1% do PIB — a maior contribuição relativa de qualquer país europeu.

O país tem sido um dos mais aguerridos contra o crescimento da influência russa na região – depois de se ter separado na União Soviética em 1991 e de posteriormente ter entrado na NATO e na União Europeia.

Kaja Kallas disse que qualquer governo por si formado continuará a exercer forte pressão sobre a Rússia. “Temos que investir na nossa segurança, o nosso agressivo vizinho não desapareceu e não vai desaparecer”, disse. Prometeu aumentar os gastos militares para pelo menos 3% do PIB e aliviar os impostos sobre as empresas. Apesar de conservadora, a primeira-ministra também quer fazer aprovar as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.

Kaja Kallas terá 37 lugares (em vez dos 25 com que contava antes) no novo elenco parlamentar, muito longe por isso da maioria absoluta necessária para governa sozinha. Refira-se que a primeira-ministra só está no cargo desde os finais de janeiro de 2021, após a renúncia de Juri Ratas (do Partido do Centro, que ganhara as eleições de há quatro anos), envolvido num escândalo de corrupção com origem no interior do seu partido. Na altura, Kallas formou um governo de coligação liderado pelo Partido Reformador e com o Partido do Centro, tornando-a a primeira primeira-ministra da história do país.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.