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Estudantes contra possível descongelamento das propinas no próximo ano letivo

Federação Académica do Porto, Associação Académica de Coimbra, Associação de Estudantes da FCSH da Universidade NOVA de Lisboa criticaram esta quinta-feira as declarações do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, sobre o eventual descongelamento das propinas. Os estudantes admitem voltar à rua.
9 Janeiro 2025, 19h52

O ministro da Educação admitiu esta quarta-feira, 7 de janeiro, o descongelamento das propinas no Ensino Superior no próximo ano letivo. A medida conta com a oposição das associações de estudantes que, no geral, acusam o Governo de estar a limitar o acesso à educação.

Numa reação à possibilidade aberta por Fernando Alexandre, a Associação Académica de Coimbra considera que, a avançar, a medida representará “um profundo retrocesso nas condições de vida dos estudantes, contrariando a evolução do sistema educativo português nos últimos anos”.

Em carta aos estudantes do Ensino Superior, a direção-geral, presidida por Carlos Magalhães, escreve que “o aumento da propina será inevitável fator de exclusão e de abandono do percurso académico de milhares de estudantes universitários”, salientando que o anunciado “reforço da rede de ação social não deverá servir de bode expiatório para os injustificados aumentos pretendidos pelo Ministério da Educação”.

Também a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, veio a terreiro reafirmar mais uma vez que “os estudantes exigem, desde a sua implantação, o fim da propina e essa exigência continua a pulsar em cada uma das Escolas e Faculdades de todo o país”.

Em comunicado enviado à nossa redação, a associação de estudantes da FCSH refere que a propina continua a deixar de fora milhares de estudantes e continua a
ser o principal entrave à frequência no ensino superior. Só há um caminho possível voltar à rua como o fizeram nos dias 21 de março e 9 de outubro: “Os estudantes não têm dúvidas quanto à política que é necessária para o ensino superior que precisam, nem ilusões quanto à política do atual Governo. Enquanto a propina não acabar, e não for invertida a política de desmantelamento e privatização do Ensino Superior público, os estudantes irão responder na rua, dando combate à política de desresponsabilização do Estado do financiamento do ensino superior”.

Francisco Porto, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), afirmou ter visto com “alguma surpresa” o facto de o ministro ter retomado o tema da possível subida do valor das propinas no ensino superior a partir de setembro.

De referir que o valor das propinas está congelado desde 2021, em resposta à pandemia da Covid-19, e desde então que o valor máximo que as instituições de ensino superior podem fixar para os cursos de licenciatura situa-se nos 697 euros.

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