O segmento do arrendamento será a principal aposta dos investidores em Portugal para os próximos cinco anos. De acordo com o estudo ‘Multifamily – A market on the rise‘, da consultora JLL, está previsto até 2025 um pipeline de três mil residências para a habitação construída de raiz para fins de arrendamento tradicional.
O estudo foi apresentado esta terça-feira 20 de outubro, e aponta a áreas metropolitanas de Lisboa e Porto serão os principais alvos dos investidores, com a capital a ter já alguns projetos previstos. Segundo a consultora, os eixos da Alta de Lisboa e Ajuda são as zonas com maior potencial para acolher este tipo de projetos, sendo áreas limítrofes como Miraflores, Carnaxide e Algés também localizações de grande interesse.
No entanto, o modelo multifamily vai também encontrar oportunidades num raio de ação mais abrangente e atrativo em alguns concelhos na margem sul do Tejo, como Almada e Barreiro, além de olhar ainda para Loures, a norte da cidade.
Apesar de ainda não estar implementado em Portugal, o conceito de multifamily é utilizado em diversos países europeus, tendo em 2019 movimento 56 mil milhões de euros de investimento, com destaque para a Alemanha, com 19,43 milhões de euros e a Dinamarca, com 6,96 milhões de euros. De resto, no primeiro semestre de 2020, os valores já tinham atingido os 31 mil milhões de euros.
Uma das principais razões que tornam o mercado português atrativo para os investidores e em particular na cidade de Lisboa, prende-se com as yields. Fernando Ferreira, Head of Capital Markets da JLL, salienta que “num contexto em que existem já mercados bastante maduros na Europa, em que a yield média se situa entre 2,5 e 3,5%, Portugal tem capacidade de oferecer um retorno de 4,5%. Isto rivaliza, no contexto nacional, com o retorno dos escritórios e do comércio de rua”.
Os principais investidores deste conceito são os fundos (30%), sendo 8% dos quais privados e 7% institucionais. Contudo, a segunda maior fatia pertence aos Real Estate Investment Trust (REIT) com 22%, conhecidos em Portugal como Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI).
Patrícia Barão, Head of Residential da JLL, explica que o multifamily é um “segmento especialmente interessante, com um enorme potencial de crescimento nos próximos anos”, dado que “são os mais jovens, que hoje não têm resposta para as suas necessidades habitacionais e que procuram soluções mais flexíveis e acessíveis, mas não apenas por questões financeiras”.
O estudo aponta também para a oferta para arrendar em Lisboa e Porto ser reduzida e bastante pulverizada, com uma baixa qualidade de stock onde boa parte das construções tem mais de 40 anos, apresentando-se assim como desadequada às necessidades da procura, quer em termos de áreas e compartimentação das casas, quer em termos de rendas praticadas.
Fernando Ferreira acredita que “com a comprovada resiliência do mercado residencial durante a pandemia e o fluxo de liquidez que existe na Europa, há um crescente interesse dos investidores em desenvolver produtos Multifamily em Portugal. Nos próximos cinco anos podemos ver o investimento em Multifamily no nosso país disparar para um peso de 25% do total investido no nosso mercado”.
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