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Estudo do WEF e KPMG defende a “colaboração entre os setores público e privado para acelerar a adoção da IA”

No relatório destacam-se três principais objetivos estratégicos: a construção de infraestruturas de IA sustentáveis, essencial para desbloquear o potencial de crescimento das economias; a curadoria de alta qualidade dos dados, cruciais para o desenvolvimento de modelos de IA equitativos, precisos e justos; e a promoção de proteções éticas e seguras, de forma a assegurar que a IA beneficia a sociedade ao mesmo tempo que reduz os riscos.
26 Janeiro 2025, 11h58

Foi publicado em Davos um novo estudo “Blueprint for Intelligent Economies”, que mostra como a Inteligência Artificial (IA) pode impulsionar o crescimento económico inclusivo e o progresso social de descreve as medidas práticas para a adoção inclusiva da IA, centrando-se na inovação, na colaboração e no desenvolvimento ético.

O estudo da World Economic Forum (WEF), em colaboração com a KPMG, define nove objetivos estratégicos para apoiar os líderes em todas as fases do percurso da implementação de IA: a inovação, o desenvolvimento, a implantação e a adoção a nível nacional, regional ou mundial.

No relatório destacam-se três principais objetivos estratégicos, nomeadamente, “a construção de infraestruturas de IA sustentáveis, essencial para desbloquear o potencial de crescimento das economias; a curadoria de alta qualidade dos dados, cruciais para o desenvolvimento de modelos de IA equitativos, precisos e justos, mas que ainda apresenta vários desafios, como a acessibilidade, o desequilíbrio e a responsabilidade; e a promoção de proteções éticas e seguras, de forma a assegurar que a IA beneficia a sociedade ao mesmo tempo que reduz os riscos.”. detalha a KPMG.

Mas também tem apela à necessidade de estabelecer normas que “impeçam a utilização incorreta, a parcialidade e as violações éticas será fundamental e ajudará a fomentar a confiança na IA bem como a promover o seu desenvolvimento e utilização responsável”.

Outro dos pontos a sublinhar pelo estudo é “a importância da colaboração entre os setores público e privado para acelerar a adoção da IA em todo o mundo”.

“Ao implementar políticas de apoio e incentivar a inovação e programas de aprendizagem contínua, os governos podem promover o potencial da IA na sociedade”, defende o relatório.

A publicação faz parte da iniciativa AI Competitiveness through Regional Collaboration Initiative, e aborda as disparidades no acesso à IA, nas infraestruturas, na computação avançada e nas competências que deverão ser adquiridas.

Além disso,  o estudo “fornece informações práticas e apresenta case studies bem-sucedidos destinados a informar os governos e outros stakeholders sobre os vários níveis de maturidade da IA, e os ecossistemas mais inclusivos e resilientes em todo o mundo”, explica a KMPG.

Segundo Rui Gonçalves Partner & Head of Technology Consulting da KPMG Portugal “a Inteligência Artificial será o propulsor da Quarta Revolução Industrial e permitirá impulsionar o crescimento económico e estimular a inovação em todas as indústrias e sociedades”.

Por isso, acrescenta, é necessário, “assegurar que esse desenvolvimento é feito de modo sustentável e equitativo”.

“Este estudo, apresentado na reunião anual do Fórum Económico Mundial em Davos, tem essa importante perspetiva e explica como os governos, as empresas, o meio académico e a sociedade civil podem colaborar com o objetivo de garantir que o crescimento impulsionado pela IA seja inclusivo para todos”, refere Rui Gonçalves.

“Tirar partido da IA para o crescimento económico e para o progresso social é um objetivo partilhado, mas as várias geografias têm pontos de partida muito diferentes”, afirma, por sua vez, Cathy Li, Diretora de IA, Dados e Metaverso do Fórum Económico Mundial.

“Este plano serve como uma bússola, orientando os decisores para uma colaboração focada no impacto e em soluções práticas que podem desbloquear todo o potencial da IA”.

Segundo refere a KPMG em comunicado, o estudo baseia-se em conhecimentos globais e fornece quadros adaptados aos vários países em diferentes fases de desenvolvimento da IA.

“Embora cada região enfrente desafios únicos, este projeto salienta a importância de adaptar soluções bem-sucedidas de outros locais. Por exemplo, uma estrutura regional para a partilha de infraestruturas de IA e de recursos energéticos, pode ajudar a ultrapassar as limitações de recursos nacionais, enquanto as bases de dados centralizados podem criar conjuntos de dados locais inclusivos que reflitam as necessidades de diversas comunidades”, refere o relatório.

As parcerias público-privadas também podem permitir o acesso a dispositivos preparados para IA a preços acessíveis, ajudando empreendedores locais a adotar tecnologias de IA e a expandir as suas operações, defende o estudo.

Em resumo, o estudo da KPMG conclui que infraestruturas de IA sustentáveis, diversidade de dados e sólidas barreiras éticas estão entre as principais estratégias para construir economias mais justas e orientadas para a inteligência em todo o mundo.

 

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