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Ethiopian Airlines: Relatório preliminar garante que pilotos seguiram manual de segurança, mas a queda era inevitável

O relatório preliminar aos dados das caixas negras do avião da Ethiopian Airlines, que se despenhou a 10 de março, concluiu que a tripulação “cumpriu todos os procedimentos”, mas não conseguiu controlar o aparelho.
4 Abril 2019, 11h26

O relatório preliminar do acidente da Ethiopian Airlines com um Boeing 737 Max foi revelado esta manhã e o documento oficial garante que a causa da queda deveu-se a danos no sensor de piloto automático.

O relatório preliminar, avançado pela “Reuters”, não atribui culpas, nem fornece grandes detalhes sobre a análise do voo. Mas aparentemente iliba de responsabilidades os pilotos, que terão seguido todos os procedimentos perante a situação de emergência com que estavam confrontados.

O documento foi apresentado pela ministra dos Transportes da Etiópia esta manhã, em conferência de imprensa, na capital da Etiópia, Addis Ababa.

Dagmawit Moges contou aos jornalistas que “apesar de todo o trabalho duro e total cumprimento dos procedimentos de emergência, infelizmente eles (pilotos) não conseguiram recuperar o avião” que estava de forma persistente a forçar o nariz do aparelho para baixo.

Estas descobertas sugerem que os procedimentos de emergência no manual da Boeing podem não ter sido suficientes para evitar a queda. Todos estes dados fazem parte de um relatório preliminar exigido pela autoridade investigadora. Os resultados não são finais e podem sofrer alterações à medida que a investigação continua.

Para além do relatório ilibar os pilotos, informa que, através do dados recuperados da caixa negra do avião da Ethiopian Airlines, é sabido que o Sistema de Aumento de Características de Manobra foi ativado automaticamente antes do acidente. Neste caso, os pilotos conseguiram desligá-lo.

O Boeing 737 Max 8 Jet despenhou-se em 10 de março pouco depois de ter descolado de Adis Abeba, capital da Etiópia, matando todas as 157 pessoas a bordo. Este foi o segundo acidente com este modelo de avião em cinco meses, depois da queda de outro aparelho da Lion Air, na Indonésia, que provocou 189 mortos.

Boeing 737: o que se ouviu no ‘cockpit’ antes da queda do avião da Lion Air

No acidente da Lion Air, o MCAS forçou a descida do avião mais de 24 vezes antes de finalmente se despenhar na água. Os pilotos lutaram contra problemas quase desde a descolagem por causa do sistema que, neste caso, não foi possível desligar.

Dagmawit Moges revelou ainda que foram feitas duas recomendações, uma para a companhia norte americana e a outra aos reguladores. Os investigadores querem que seja revisto o sistema automático e que os aviões só possam voltar a voar depois de confirmada a correção do problema. A Boeing já disse que vai estudar o relatório.

A “CNN” teve, entretanto, acesso a uma base de dados federais e descobriu que vários pilotos norte-americanos, que tinham estado aos comandos de um Boeing 737 Max 8, já se tinham queixado da forma como o avião se comportava durante os voos.

 

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