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EUA são o “berço” dos unicórnios em 2024 e muitas foram fundadas por imigrantes

Os Estados Unidos conseguiram o maior número de unicórnios este ano, mas o mais valioso está na China. Nos 10 primeiros lugares há apenas uma europeia.
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10 Agosto 2024, 08h00

O ano ainda não acabou, mas já se vem a mostrar generoso para o tecido empresarial dos Estados Unidos. Exemplo disso é o facto da maior economia do mundo ter duas cidades, a nível mundial, com o maior número de unicórnios.

“Os Estados Unidos têm mais unicórnios do que qualquer outro país e esse sempre foi o caso”, indica um estudo da “BestBrokers”. De facto, os EUA são responsáveis pelo nascimento de 662 unicórnios só este ano, mais de metade de todas as startups-unicórnios que atingiram mil milhões de dólares em 2024.

Estes unicórnios fundados nos EUA apresentam um valor combinado de 2,153 biliões de dólares, seguindo-se a China com 169 unicórnios num valor de 641,7 mil milhões de dólares e a Índia, que recolhe o terceiro lugar ao acolher 71 unicórnios avaliados em 192,24 mil milhões de dólares.

Apesar dos EUA serem a casa de mais de metade das startups que atingiram o estatuto de unicórnio este ano, “muitas destas empresas foram fundadas por imigrantes ou começaram noutro lado, embora mais tarde tenham sido realocadas para os EUA. SpaceX, Databricks e Stripe são apenas alguns exemplos”.

São Francisco é a ‘capital’ dos unicórnios, com 175 startups, um dado que não surpreende, uma vez que todos ambicionam chegar até Silicon Valley, a verdadeira Fábrica de grandes empresas. Segue-lhe, com alguma distância, Nova Iorque com 118 unicórnios, enquanto Pequim soma 65 unicórnios. Palo Alto, outro grande foco tecnológico nos EUA, recolhe 20 unicórnios desde o início do ano.

Inteligência Artificial controla unicórnios

Os unicórnios já não são assim tão raros e as startups de Inteligência Artificial (IA) muito menos. Basta ver o panorama geral, começando pela OpenAI.

A análise da “BestBrokers” mostra que a empresa fundada por Sam Altman, criadora do ChatGPT, é a terceira maior startup-unicórnio a nível mundial, com um valor de mercado de 80 mil milhões de dólares. A empresa, que conta com forte apoio da Microsoft, perde apenas para a ByteDance e SpaceX.

O boom da IA dos últimos dois anos ajudou a OpenAI a atingir o seu estatuto.

Dos 28 novos unicórnios nascidos até maio de 2024, 12 estão a desenvolver a sua atividade em IA Generativa (42,9%), apostando no desenvolvimento de sistema de linguagem. Mostra o estudo que uma startup corresponde à área farmacêutica (3,6%), outra à alimentação e bebidas (3,6%), duas à media digital (7,1%), quatro a software empresarial (14,3%) e oito no ramo das fintech e cripto (28,6%).

Quais os unicórnios mais valiosos?

Existem surpresas neste ranking, mas não muitas. O maior unicórnio está na China, com uma avaliação de 225 mil milhões de dólares e não é nada mais que a ByteDance, fundador do TikTok.

Em segundo lugar está a SpaceX, fundada pelo empresário Elon Musk, cuja avaliação ascende aos 150 mil milhões de dólares. Já em terceiro surge então a OpenAI com os 80 mil milhões.

Já em quarto está a Singapura, com a mestre do comércio eletrónico de moda: Shein, com uma avaliação de 66 mil milhões de dólares. A Stripe, de serviços financeiros, está avaliada nos 65 mil milhões de dólares, seguido pela Databricks com 43 mil milhões de dólares de valor.

A britânica Revolut está em sétimo lugar, com uma avaliação de 33 mil milhões de dólares. A fintech fundada por Nikolay Storonsky é a única startup europeia a ocupar um dos 10 primeiros lugares das maiores avaliações.

Segue-lhe a americana Fanatics, com um valor de 31 mil milhões de dólares, enquanto a australiana Canva está em nono lugar com 25,4 mil milhões de dólares e a Chime fecha a lista com uma avaliação de 25 mil milhões de dólares.

Os melhores anos para ser unicórnio

A “BestBrokers” recua até 2007 para encontrar uma empresa que tenha ultrapassado uma avaliação de mil milhões de dólares, tornando-a oficialmente um unicórnio. Ainda assim, esta avaliação chegou muito antes do termo, cunhado pela investidora de risco Aileen Lee em 2013.

Nos três anos seguintes, talvez por conta da crise vivida no mundo, nenhuma empresa chegou a uma avaliação tão generosa. Só em 2011 uma empresa chegaria a este valor, um número que aumentou para quatro em 2012 e diminuiu para três no ano seguinte.

O número de startups e empresas a atingir um estatuto de mil milhões de dólares continuaria a crescer ao longo da década, atingido os 33 em 2015, 90 em 2018 e 97 em 2020. No entanto, 2021 foi o ano mais bondoso (ou dispendioso, dependendo do ângulo empresarial) para a criação de unicórnios: 502 só um ano.

Desde então que este valor tem vindo a cair, com 255 empresas a atingirem estatuto de unicórnio em 2022, descendo para as 69 no ano passado e agora 28 empresas cresceram até aos mil milhões de dólares até maio deste ano.

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