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Evergrande abana Wall Street em véspera de Fed

A correção na sessão de segunda-feira foi, na prática, o movimento pelo caminho de menor resistência.
21 Setembro 2021, 12h13

Não é que seja novidade alguma os problemas financeiros com que a maior construtora chinesa se debatia, os primeiros sinais de dificuldades na Evergrande apareceram logo em 2020, mas devido ao tema da pandemia o tópico ficou um pouco adormecido, na perspectiva de que seria uma situação transitória, mas principalmente que devido à sua importância estaria dentro do lote de empresas denominadas “grandes demais para falhar”, e como tal seria alvo de medidas de ajuda por parte do governo chinês.

Ora, este ponto é uma das questões principais que está a causar alguma apreensão nos investidores internacionais, não apenas pela empresa em si, mas pelo efeito sistêmico que a mesma poderá ter num conjunto de outras empresas de grande dimensão na China, a que se alia o desconforto causado pela tomada das rédeas por parte do governo em alguns dos maiores nomes domésticos, como o grupo Alibaba, que transmitiu a ideia de uma tentativa de controlo estatal dado o crescimento colossal do império co-fundado por Jack Ma, com o respectivo poder económico e político associado.

E no início de uma semana já de si propensa ao nervosismo com uma reunião muito importante da Fed que começa hoje e termina amanhã, a correcção na sessão de segunda-feira foi na prática o movimento pelo caminho de menor resistência, até porque nesta fase, sem notícias de índole económica, mas principalmente sem uma época de resultados em vista, faltam argumentos para puxar os índices norte-americanos para novos máximos históricos, e não obstante ter sido o pior dia para o S&P500 e Nasdaq desde meados de Maio, o certo é que é um deslize no topo da montanha, ou seja, acaba por ser um movimento saudável num mercado esticado nas suas avaliações.

Para além disso, por enquanto um possível descontrole na queda da Evergrande, é visto para já como não tendo grande impacto no mercado global, contudo como temos visto nas últimas décadas, existe sempre a possibilidade de surpresas dada a opacidade que existe na exposição de alguns investimentos, mesmo em jurisdições onde existe mais controlo. No mercado cambial o dia foi de pouca variação final para o principal par de moedas, o EUR/USD, que recordo está numa zona de especial importância, dado que pode validar um sinal bullish de curto prazo, mas também um bearish de médio prazo.

De resto, os futuros estão por agora a negociar em terreno positivo com a perspectiva de recuperar metade do que Wall Street perdeu ontem, veremos no entanto se esse alívio se irá manter, sendo que este ano ainda não tínhamos tido dois dias consecutivos com o S&P500 a terminar abaixo da média móvel dos 50 dias.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é semanal.

 

 

No médio-longo prazo, a primeira zona de suporte potencial é a linha laranja, dos 50 períodos.

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