O antigo líder da Juventude Social Democrata (JSD) Pedro Duarte vai lançar esta segunda-feira uma plataforma cívica alternativa ao Partido Social Democrata (PSD) liderado por Rui Rio. O Manifesto X conta com o apoio do ex-presidente da República Ramalho Eanes e propõe cem medidas prioritárias para o país, com base em dez metas para a próxima década.
“É uma nova visão das políticas públicas, de ver a forma como a política encara a sociedade. É quase um inverter do que têm sido os últimos anos, um novo modelo de Estado social que olhe muito para o bem-estar das pessoas”, explica Pedro Duarte, em declarações à Lusa, considerando que a sociedade mudou muito nos últimos anos, mas “a política continua igual nos últimos 30 ou 40”.
Entre as medidas que propõe para o país estão a criação de um projeto-piloto de Rendimento Básico Universal e a flexibilização laboral que permitisse um contrato de trabalho sem termo, mas com possibilidade de despedimento por motivos económicos. Ideias que Pedro Duarte considera essenciais para tornar Portugal, num prazo de dez anos, “um dos melhores países do mundo para se viver”.
“Não nos movem ciclos eleitorais, o único sentido de urgência é sentirmos que os próximos dez anos serão a grande oportunidade que temos para mudar Portugal”, sublinha.
Para Pedro Duarte, a tradicional divisão entre esquerda e direita deixou de ter sentido e essa é uma discussão que, “nos últimos tempos, está muito desligada da vida das pessoas”. “As pessoas percebem que a economia de mercado é um caminho importante para se atingir bons resultados, mas também é absolutamente claro que o Estado tem de ter um papel muito importante, porque os mercados por si só não vão conduzir a soluções ótimas”, afirma.
O combate à corrupção e o sistema político são também áreas centrais no Manifesto X, assim como a cultura, natalidade, ambiente, pobreza, saúde, educação e as competências digitais.
“A nossa ideia é tentar influenciar o futuro do país e os partidos são veículos fundamentais. No meu caso particular, é óbvio que gostava que o PSD as aproveitasse, até porque era importante nesta fase o PSD dar sinais de abertura à sociedade e ouvir a sociedade civil”, indica Pedro Duarte.
O manifesto, redigido por cerca de 20 pessoas, a maioria sem atividade partidária, conta já com o apoio de Ramalho Eanes e vai ser tornado público esta segunda-feira, pelas 18h30, em Lisboa.
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