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Ex-vereador do Chega ganha pelouro da fiscalização na Câmara do Seixal

Henrique Freire, vereador independente que foi eleito para a Câmara do Seixal pelo Chega, vai assumir o pelouro da Fiscalização e Contra-Ordenações. Oposição considera que esta é uma estratégia da CDU para assegurar a maioria no executivo camarário.
9 Fevereiro 2023, 11h04

O ex-vereador do Chega na autarquia do Seixal, Henrique Freire, que agora exerce o mandato como independente, vai assumir o pelouro da Fiscalização e Contra-Ordenações no executivo camarário comunista.

A proposta foi apresentada pelo presidente da autarquia do Seixal (CDU) e aprovada em reunião camarária com votos favoráveis da CDU e do vereador independente Henrique Freire e a abstenção dos quatro vereadores do PS e do vereador do PSD.

O recém criado Gabinete de Contraordenações “terá como missão contribuir para a instrução e decisão dos procedimentos contra-ordenacionais competência da autarquia”, lê-se na proposta assinada por Paulo Silva, que assumiu a liderança da autarquia em Setembro de 2022.

Perante as competências deste Gabinete, o presidente da Câmara Municipal do Seixal considera que se “justifica sobremaneira a criação de uma direção política exclusiva destas unidades orgânicas, com autonomia de decisão”.

Eleito pelo Chega para a autarquia do Seixal nas autárquicas de Setembro de 2021, Henrique Freire acabou por perder a confiança política do partido de extrema-direita em Fevereiro de 2022. Em causa está o facto de o vereador ter viabilizado orçamentos municipais da CDU contra as indicações do Chega.

No entanto, Henrique Freire alegou, na altura, que a decisão de afastamento do partido foi sua, considerando que o Chega não é “democrático”.

A atribuição do pelouro ao vereador independente foi vista por Eduardo Rodrigues, vereador do PS, como uma estratégia da CDU para conseguir assegurar a maioria no executivo camarário. “Desejo todo o sucesso, mas não posso deixar de dizer o que sabemos ser a realidade”, referiu, acrescentando que esta designação “leva a pensar que foi um jogo bem trabalhado para atingir um objetivo” de entrar “através de um partido de extrema-direita e depois juntar-se ao PCP”.

Por sua vez, Bruno Vasconcelos, do PSD, considerou que esta decisão é “surreal”. “Ver o PCP a garantir a governabilidade com votantes da extrema-direita é surreal e deixa perplexa qualquer pessoa. Eu acho que vos enfraquece e, para mim, ainda bem “, referiu.

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