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Excedente externo soma 1,1 mil milhões até outubro menos do que em 2018, diz BdP

Excedente externo cai nos primeiros 10 meses do ano, segundo dados do Banco de Portugal divulgados nesta quinta-feira. “O saldo acumulado das Balanças Corrente e de Capital foi de 1.107 milhões de euros, que compara com 3.994 milhões de euros no período homólogo do ano anterior”, dizem os dados estatísticos.
  • Cristina Bernardo
20 Dezembro 2019, 11h40

Até ao final de outubro a economia portuguesa registou um excedente externo de 1.107 milhões de euros medidos pelo saldo das balanças corrente e de capital, revelou o Banco de Portugal (BdP).

“Entre janeiro e outubro de 2019, o saldo acumulado das Balanças Corrente e de Capital foi de 1.107 milhões de euros, que compara com 3.994 milhões de euros no período homólogo do ano anterior”, refere o Boletim Estatístico do Banco de Portugal (BdP) desta quinta-feira. O valor é inferior ao registado um ano antes, o que normalmente traduz piores contributos dos juros e dividendos pagos ao exterior, das transferências do resto do mundo, e de menos fundos estruturais pagos pela União Europeia.

Em outubro de 2019, as Balanças Corrente e de Capital registaram um excedente de 418 milhões de euros, aumentando 343 milhões de euros em relação ao mês anterior.

Em outubro de 2019, o saldo do Rendimento Primário [onde se incluem juros, dividendos e rendimentos de trabalho (o saldo do Rendimento Secundário, por seu turno refere-se por exemplo às remessas de emigrantes)] registou um valor de 25 milhões de euros, o que compara com -729 milhões de euros no mês anterior. O saldo primário corresponde à diferença entre a receita e a despesa primária (despesa antes de juros).

A Balança Corrente registou um saldo de 243 milhões de euros, aumentando 284 milhões de euros face ao mês anterior, passando de uma situação de défice para uma situação de excedente.

No mês em análise, o saldo da Balança de Capital aumentou 58 milhões de euros em relação ao mês anterior, fixando-se em 175 milhões de euros.

Já no que se refere à Balança de Bens e Serviços, de janeiro a outubro de 2019, as exportações e as importações de bens e serviços registaram variações homólogas de 2,8% e de 6,7%, respetivamente. A taxa de cobertura das importações pelas exportações de bens e serviços situou-se em 100,4%.

Para o mesmo período, as exportações e importações de bens registaram variações homólogas de 2,3% e de 5,5%, respetivamente. No período em análise, as exportações de serviços registaram uma variação homóloga de 3,8% e as importações de serviços registaram uma variação homóloga de 11,9%, segundo os dados do BdP.

Em outubro de 2019, as exportações e as importações de bens e serviços registaram variações homólogas de 5,3% e de 6,4%, respetivamente, valores que comparam com variações homólogas no mês anterior de 6,7% para as exportações e de 12,5% para as importações.

No mês em análise, a taxa de cobertura das importações pelas exportações de bens e serviços situou-se em 98,7%. Ainda em outubro de 2019, as exportações e importações de bens registaram variações homólogas de 6,9% e de 4,9%, respetivamente. No mesmo mês, as exportações de serviços registaram uma variação homóloga de 2,4% e as importações de serviços registaram uma variação homóloga de 13,7%.

Em outubro de 2019, a Balança Financeira registou um saldo de 414 milhões de euros, aumentando 100 milhões de euros em relação ao mês anterior.

Os destaques são do Gabinete de Estudos Económicos do Ministério da Economia.

A Balança Financeira regista as transações que envolvem ativos financeiros sobre o exterior detidos por residentes em Portugal e as transações que envolvem passivos financeiros dos residentes detidos por não residentes.

Na balança financeira, os registos a débito e a crédito têm diferentes interpretações consoante dizem respeito a ativos ou a passivos. Por um lado, um crédito (entrada de dinheiro) traduz uma redução de ativos ou um aumento de passivos, enquanto um débito (saída de dinheiro) traduz um aumento de ativos ou uma redução de passivos, segundo o GEE.

Investimento Direto Estrangeiro sobe
No que toca ao Investimento Direto Estrangeiro, de janeiro a outubro de 2019, as transacções acumuladas do Investimento Directo em empresas em Portugal foram de 5.857 milhões de euros, que compara com 4.163 milhões de euros no período homólogo.

Em outubro de 2019, o investimento directo em empresas em Portugal registou transacções de -472 milhões de euros (1.361 milhões de euros no mês anterior). O investimento directo de Portugal feito em empresas no estrangeiro foi de -577 milhões de euros (997 milhões de euros no mês anterior).

O saldo do Investimento Directo (transacções), ou seja, a diferença entre o investimento feito em empresas no estrangeiro e o investimento em empresas em Portugal, foi de -106 milhões de euros, aumentando 258 milhões de euros face ao mês anterior.

Investimento Direto é a categoria de investimento através da qual um investidor tem o controlo ou grau de influência significativa (controlo direto, com 50% dos direitos de voto, ou indirecto, entre 10% e 50% dos direitos de voto) na gestão de uma empresa doutra economia.

Os activos incluem o investimento feito por residentes em empresas residentes no exterior e os passivos incluem o investimento de não residentes em empresas residentes em Portugal. Inclui investimento em imobiliário (propriedades e casas) para uso pessoal e arrendamento.

O Índice de Vendas de Cimento registou, em novembro de 2019, uma variação homóloga de 4,4%, o que se traduz numa diminuição de 12,1 p.p. face ao mês precedente (16,5%).

No mês em análise, o Índice de Vendas de Cimento atingiu um valor de 42,5 pontos, o que compara com 53,0 pontos no mês anterior e 40,7 pontos em novembro de 2018.

Consumo de Gasolina manteve-se mas Gasóleo caiu
Ainda segundo dados do BdP, em setembro de 2019, foram consumidas 84,4 mil toneladas de gasolina, o que compara com 85,4 mil toneladas no mesmo mês do ano precedente (variação média nos últimos 12 meses de 1,2%), segundo as estatísticas o Banco de Portugal. Relativamente ao gasóleo, foram consumidas 386,5 mil toneladas em setembro de 2019, valor que compara com 401,4 mil toneladas em setembro de 2018 (variação média nos últimos 12 meses de -0,2%).

Noutro setor, o turismo, de janeiro a outubro de 2019, verificaram-se 43,8 milhões de dormidas de turistas estrangeiros em Portugal, o que representou um aumento de 2,9% face a outubro de 2018. Os turistas oriundos do Reino Unido ocuparam a 1ª posição, com 8.604 mil dormidas (19,6% do total), seguidos pelos provenientes da Alemanha com 5.264 mil (12,0% do total) e de Espanha com 4.575 mil dormidas (10,4% do total).

Endividamento das empresas
Em outubro de 2019, o endividamento do Sector Não Financeiro (empresas) situava-se em 724,6 mil milhões de euros, dos quais 319,5 mil milhões respeitavam ao Sector Público e 405,2 mil milhões ao Sector Privado. No Sector Privado, 264,9 mil milhões de euros são respeitantes às Empresas privadas e 140,3 mil milhões de euros aos Particulares, revela também o BdP, cujos dados foram trabalhados pelo GEE.

Relativamente ao mês anterior, o endividamento das empresas diminuiu 1,2 mil milhões de euros, fruto de uma redução de 0,5 mil milhões de euros no endividamento do Sector Público e de uma redução de 0,7 mil milhões de euros no endividamento do Sector Privado, segundo os dados do Banc0 de Portugal.

Relativamente a outubro de 2018, o endividamento do Sector Não Financeiro diminuiu 1,7 mil milhões de euros (-0,2% na comparação homóloga), fruto de uma redução de 4,2 mil milhões de euros no endividamento do Sector Público (-1,3%) e de um aumento de 2,5 mil milhões de euros no endividamento do Sector Privado (0,6%).

Ao nível do Sector Privado, observou-se o aumento do endividamento das Empresas em 1,7 mil milhões de euros (0,7% acima do ano anterior) e o aumento do endividamento dos Particulares em 0,8 mil milhões de euros (+0,6%).

O endividamento do sector não financeiro compreende também passivos sob a forma de empréstimos, títulos de dívida (valor nominal) e créditos comerciais. No caso da administração central incluem-se ainda os certificados de aforro, certificados do Tesouro e outras responsabilidades do Tesouro.

Em outubro de 2019, as Taxas de Juro de Novos Empréstimos concedidos a residentes na área euro por Instituições Financeiras Monetárias residentes em Portugal aumentaram 0,11 p.p., de 2,53% em setembro de 2019 para 2,64%. Quanto às Sociedades não Financeiras, as taxas de juro também aumentaram 0,11 p.p., em comparação com o mês precedente, fixando-se em 2,30%. Em relação aos Particulares, as taxas de juro aumentaram 0,21 p.p., registando um valor de 3,25%.

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