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“Expansão para a Roménia foi adiada”, diz CEO da Jerónimo Martins

“Estávamos preparados para começar e tínhamos tudo organizado para avançarmos no ano 2020, mas este projeto foi adiado”, referiu ao Jornal Económico o CEO do grupo, Pedro Soares dos Santos, durante a videoconferência realizada esta quinta-feira, 4 de março, para divulgação dos resultados de 2020.
4 Março 2021, 15h23

O Grupo Jerónimo Martins adiou a operação de expansão para a Roménia. “Relativamente à expansão para a Roménia, nós estávamos preparados para começar e tínhamos tudo organizado para avançarmos no ano 2020, mas este projeto foi adiado”, referiu ao Jornal Económico o CEO do grupo, Pedro Soares dos Santos, durante a videoconferência realizada esta quinta-feira, 4 de março, destinada a divulgar os resultados do Grupo JM em 2020.

“Temos de ver exatamente como é que está todo este projeto agora. Temos de dar tempo para ver se o país reúne, ou não reúne, as condições para podermos continuar”, comentou Pedro Soares dos Santos, adiantando que, “do nosso lado, a Roménia tem sido a nossa grande prioridade, mas agora temos de avaliar, despois desta pandemia, qual é o impacto que teve na economia, para depois sabermos se deverá continuar a ser a nossa prioridade. Ainda é cedo demais para podermos fazer essa avaliação”, diz.

O projeto de entrada no mercado da Roménia “foi adiado em 2020 porque a incerteza obrigou-nos a tal e o bom senso é o nosso aliado. Precisamos de estabilidade para continuar a crescer, e crescer é o nosso negócio e isso não vamos abdicar”, refere Pedro Soares dos Santos. O Grupo JM também já não vai entrar fisicamente na República Checa e na Eslováquia. “Vamos fazer toda essa expansão no online”, adianta o CEO do Grupo JM, sem dar mais detalhes.

A JM esteve a “monitorizar o mercado da Roménia já há alguns anos”, referiu uma fonte do grupo, admitindo que “não será surpresa, que a entrada nesse mercado será feita por aquisição, por M&A”. “Têm sido estudados negócios potenciais, mas não podemos adiantar mais detalhes”, explicou a mesma fonte, adiantando que “não fazemos due diligences virtuais, por isso aguardamos que a pandemia abrande para poderem eliminar as restrições de viagens e conseguirmos ter novamente as equipas no terreno. Mais para o final do ano, teremos novas possibilidades de visitar o país e vermos como evoluiu o mercado romeno no retalho alimentar”. Sobre o “break even” do investimento na Colômbia na rede Ara, Pedro Soares dos Santos apenas referiu que será alcançado “rapidamente”

O Grupo JM recordou que na Polónia, as medidas de restrição à circulação de pessoas foram sendo progressivamente levantadas ao longo do segundo trimestre de 2020 e, desde junho até ao final de setembro, não se aplicaram medidas específicas para o sector do retalho alimentar, embora se tenha registado menos movimento. Em meados de outubro foram estabelecidas novas limitações, nomeadamente relativas ao número de clientes dentro das lojas (cinco pessoas por checkout para lojas até 100 m2 e uma pessoa por cada 15 m2 para lojas com área superior), ao encerramento de centros comerciais em novembro e, a partir de 28 de dezembro, ao fecho obrigatório de restaurantes e ao funcionamento das escolas em ensino à distância. “A Biedronka recorreu, na medida do necessário, à extensão de horários das lojas para garantir aos seus consumidores e equipas um ambiente seguro”, refere o grupo de Pedro Soares dos Santos.

Na Colômbia, as medidas de confinamento mantiveram-se muito restritivas até ao final de agosto, incluindo horas de recolher obrigatório e proibição de atividade comercial em certos dias da semana. “Com o país focado na reabertura das atividades económicas, as restrições foram sendo progressivamente levantadas ao longo de setembro. A envolvente operacional no quarto trimestre de 2020 refletiu o regresso a alguma normalidade, mesmo tendo em conta que, no final do ano, foram reintroduzidas medidas para controlo da pandemia, nomeadamente na região de Bogotá”, adianta o Grupo JM.

Refira-se que os resultados líquidos do Grupo Jerónimo Martins em 2020 – excluída a aplicação das normas da IFRS16 – atingiram 361 milhões de euros, ficando 16,6% abaixo do ano anterior, informa um comunicado do grupo enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM). Com a IFRS16, os resultados líquidos cifraram-se em 312 milhões de euros, 19,9% abaixo de 2019, adianta o mesmo comunicado, referindo que “o EPS é de 0,50 euros por ação. Excluindo Outras Perdas e Ganhos (não usuais), o EPS foi de 0,55 euros, 12,6% abaixo do ano anterior”, esclarece o mesmo comunicado.

As vendas consolidadas da Jerónimo Martins cresceram 3,5% para 19,3 mil milhões de euros (mais 6,7% a taxas de câmbio constantes) com um like for like (LfL) de 3,5% – o LfL é o indicador do sector que compara o mesmo parque de lojas em operação durante períodos distintos, retirando da análise os encerramentos e as aberturas de novas unidades. No quatro trimestre, as vendas cresceram 2,4% para 5,1 mil milhões de euros (mais 6,8% a taxas de câmbio constantes), informa a JM.

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