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Explosão no consumo

A primavera de 2021 poderá trazer uma explosão do consumo nunca vista.
13 Novembro 2020, 08h10

Tendo em conta o estado de exceção em que vivemos pode parecer prematuro falar do assunto, mas a primavera de 2021 poderá trazer uma explosão do consumo nunca vista.

A evolução mais recente da pandemia na Europa e na América do Norte continua a preocupar. Têm sido implementados novos confinamentos com impacto evidente na economia, principalmente na vertente dos serviços. Também por isso é de esperar um inverno muito difícil em termos de saúde pública, atividade e emprego. Da mesma forma, é previsível que a tensão social e política aumente.

No entanto, se as perspetivas de disponibilidade em grande escala de uma vacina eficaz se concretizarem, o panorama mudará radicalmente. Mesmo sendo conservador, estima-se que uma vacina com eficácia de 85%, tomada por 50% de uma população, reduzirá o R0 de 1,2 para 0,7, permitindo o retomar de muitas atividades. Se a eficácia for de 90% e estiver vacinada 70% da população, poderia ser atingida a chamada “imunidade de grupo”.

Importa recordar que os níveis de poupança estão em máximos históricos um pouco por toda a parte, financiados pela profunda alteração de padrões de consumo e por estímulos fiscais e monetários. Estima-se que, nos EUA, as famílias possam gastar o equivalente a 10% do PIB sem fragilizarem em demasia a sua posição.

Se tudo correr pelo melhor, poderemos observar um aumento brutal do consumo a partir da primavera. Na China, o fenómeno de “revenge spending” foi bem visível e poderá repetir-se no ocidente.

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