As exportações da China aumentaram 12,7%, em outubro, em termos homólogos, o crescimento mais rápido em mais de dois anos, de acordo com dados divulgados hoje pelas alfândegas do país asiático.
Os dados mostram que as importações caíram 2,3%, em outubro, em relação ao ano anterior, enquanto o excedente comercial da China fixou-se em 95,7 mil milhões de dólares (89 mil milhões de euros) em outubro, acima do valor de setembro, de 81,7 mil milhões de dólares (76 mil milhões de euros).
As exportações superaram em muito as estimativas dos analistas, que previam uma taxa de crescimento de cerca de 5,5%. O valor supera também o crescimento de setembro, de apenas 2,4%.
Foi a expansão mais rápida desde julho de 2022.
As perspetivas para o comércio externo da China tornaram-se mais incertas depois da vitória de Donald Trump na eleição de terça-feira.
Trump prometeu aumentar as taxas alfandegárias sobre as importações da China para 60%.
O crescimento das exportações em outubro sinaliza uma procura sustentada por produtos chineses no exterior, enquanto a procura no mercado interno permanece moderada.
Os economistas afirmaram que o efeito de taxas alfandegárias mais elevadas sob a égide de Trump só produziria efeitos no próximo ano.
“Embora as taxas propostas por Trump possam prejudicar o setor das exportações, o seu impacto será menos significativo do que muitos receiam – pensamos que poderão reduzir os volumes de exportação em cerca de 3% – e poderá não se fazer sentir até ao segundo semestre de 2025”, afirmou Zichun Huang, da consultora Capital Economics, num relatório.
“Enquanto isso, o retorno de Trump pode criar um impulso de curto prazo para as exportações chinesas, já que os importadores americanos aumentam as suas compras para se anteciparem às tarifas”, disse.
Espera-se que Pequim revele um pacote de estímulo há muito aguardado na sexta-feira, após uma reunião do órgão máximo legislativo do país, com o objetivo de revitalizar a economia, face a pressões deflacionárias e fraca procura interna.
Os dirigentes chineses têm-se esforçado por relançar a economia desde o fim da pandemia da covid-19.
Os Estados Unidos e a Europa aumentaram recentemente as taxas alfandegárias sobre as exportações chinesas de veículos elétricos e outros produtos, o que obscureceu as perspetivas do comércio chinês como motor de crescimento. A queda prolongada do setor imobiliário também continua a ser um grande entrave à economia chinesa.
Os decisores políticos chineses já anunciaram uma série de medidas para impulsionar a economia, incluindo a antecipação de 200 mil milhões de yuan (26,2 mil milhões de euros) do orçamento do próximo ano para despesas e projetos de construção.
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