Fabricante de comboios espanhol Talgo pode ser adquirido por holding húngara

O grupo espanhol Talgo, fabricante de comboios e outro equipamento ferroviário, admite ter recebido uma abordagem de um grupo empresarial húngaro no sentido de ser alvo de uma possível oferta pública de aquisição (OPA) com um preço estabelecido de cinco euros por ação.

A empresa espanhola deu este esclarecimento junto do regulador no sentido de aclarar a natureza de alguns rumores que já se vinham conhecendo nos últimos dias. O preço estabelecido por ação supõe uma valorização de 27,7% face ao valor negociado esta quarta-feira no que diz respeito aos títulos da Talgo, que fecharam a sessão avaliadas em 3,915 euros. Esta quinta-feira, as ações da Talgo, que já valorizaram 18% este ano, sobem cerca de 1,4%.

Com a confirmação de que o conselho de administração do fabricantes de comboios iniciou negociações, sabe-se agora que por detrás do possível negócio está uma holding familiar da Hungria que já apresentou uma primeira proposta de compra à cúpula diretiva presidida pelo neto do fundador da empresa.

Apesar do ambiente de incerteza económica e geopolítica, que pode afetar os custos de financiamento e a cadeia de abastecimento, a Talgo está num bom momento, como ficou demonstrado na mensagem otimista passada aos acionistas na apresentação de contas esta semana.

Conta a imprensa espanhola que a Talgo recebeu novas encomendas no valor de 1,9 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que fez disparar a carteira de pedidos para um valor de 4,2 mil milhões de euros, um novo máximo para a construtora.

No início de junho deste ano, a Talgo foi excluída do concurso para fabricar 117 automotoras elétricas para os serviços suburbanos e regionais da Comboios de Portugal (CP), no valor base de 819 milhões de euros. A empresa espanhola CAF, o grupo industrial francês Alstom e a fabricante suíça Stadler Rail, foram os finalistas escolhidos.