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Factoring, Renting e Leasing caem em 2020 com pandemia

A produção do Factoring, Renting e Leasing apresenta uma queda significativa em 2020. Mas no caso do factoring, a queda de 6,9% foi inferior à queda prevista do PIB de 7,6%.
9 Fevereiro 2021, 11h25

A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) acaba de apurar os resultados estimados para 2020 dos três setores que representa, já reflectindo o impacto da pandemia

Na atual conjuntura económica de contração devido à pandemia de Covid-19, o Factoring registou um decréscimo total de 6,9% em 2020, totalizando 31,5 mil milhões de euros em créditos tomados. Pela primeira vez em seis anos, o setor regista uma quebra no crescimento. Mas essa queda é inferior à quebra de 7,6% do PIB português, segundo a estimativa divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Desta forma, estima-se que em 2020 o Factoring tenha aumentado o seu peso no PIB nacional para cerca de 16%.

No que toca ao Factoring Doméstico manteve a tendência geral, diminuindo 6,4%, com valores de produção de cerca de 15,1 mil milhões de euros. Na vertente Internacional a quebra foi de 17,7%, totalizando 3,9 mil milhões de euros em créditos tomados, dos quais 3,7 mil milhões de euros no Factoring à Exportação (redução de 18,4%) e 195 milhões de euros no Factoring à Importação (crescimento de 0,1%).

No Confirming (serviço em que a instituição de Factoring efetua o pagamento aos fornecedores do seu cliente, podendo estes solicitar a antecipação desse mesmo pagamento) observou-se um decréscimo de 3,6% da atividade, traduzindo-se em 12,5 mil milhões de euros em créditos tomados.

Também os resultados apresentados pela ALF para o setor do Renting revelam uma quebra na trajetória de crescimento que tem sido registada nos últimos anos, revelando uma redução de 27,5% no número de viaturas adquiridas em 2020, face a 2019, com um total de 27.115 veículos adquiridos em Renting (dos quais 22.451 correspondem automóveis ligeiros de passageiros e 4.664 ligeiros comerciais). Este recuo no setor é, ainda assim, menor do que o registado no mercado automóvel português, que deverá ter sofrido uma perda de 33,9% em 2020, face ao período homólogo.

A desaceleração no Renting corresponde a uma diminuição de 26,8% no valor de produção anual, para 557,3 milhões de euros, comparativamente a 2019 em que ascendeu a 761,4 milhões de euros.

“A dimensão total deste setor acabou por diminuir apenas marginalmente face à produção nova, com a frota total gerida pelas empresas de Renting a contrair apenas 2,4% em número de viaturas, totalizando 118.805 viaturas, no valor de 1,91 mil milhões de euros (menos 1,1% do que no ano transato), resultados para os quais contribuíram o prolongamento dos contratos que terminavam em 2020”, detalha a associação.

No que toca ao Leasing, no ano passado, de acordo com as estimativas da ALF, apoiou investimentos de 2,4 mil milhões de euros, com uma queda de 22,3% no total da produção, em comparação com 2019.

A queda mais baixa deu-se na Locação Financeira Imobiliária, que registou um decréscimo de 12,5% em valor, com uma produção de 740 milhões de euros – sendo que, em 2020, 90% do valor destes investimentos foi alocado a contratos efetuados por empresas ou entidades públicas.

Já a Locação Financeira Mobiliária foi responsável por 1,6 mil milhões de euros em investimentos, menos 26% do que em 2019. Cerca de 1,04 mil milhões de euros do total foi investido na contratualização de viaturas em Leasing, que correspondem a 33.411 contratos: 795 milhões de euros foram aplicados em viaturas ligeiras (dos quais 553 milhões foram contratualizados por empresas e 241 milhões de euros por particulares)  e 249 milhões em viaturas pesadas. Os remanescentes 566 milhões foram investidos em equipamentos, correspondendo a 8.454 contratos, segundo os dados estimados pela associação.

Para o Presidente da ALF, Alexandre Santos: “Apesar das quebras observadas, o Financiamento Especializado demonstrou manter o seu peso na economia portuguesa e importância para o tecido empresarial, continuando a disponibilizar o seu apoio e até reforçar a sua importância, como no caso do Factoring que assume um peso preponderante face ao PIB nacional, e do Renting no setor da mobilidade automóvel”.

“Apesar do ano absolutamente atípico, o Financiamento Especializado manteve o seu peso no mercado nacional, continuando a assegurar um contributo decisivo para a formação do PIB português”, refere a associação.

 

 

 

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