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‘Fake news’: Portugueses mais rigorosos com a informação que consomem

Sete em cada dez é cético quanto àquilo que lê/vê, cerca de 20% sente a necessidade de “confirmar as notícias” de seguida, através da internet (60%) ou outros meios de comunicação social que não aquele onde foram informar-se inicialmente (40%), conclui estudo.
  • JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
23 Junho 2021, 18h00

Mais de metade dos portugueses (53%) consome informação diariamente – a faixa etária que mais o faz é dos 25 aos 39 anos – através de jornais online (52%), redes sociais (28,9%) e televisão (15,1%). Contudo, como sete em cada dez é cético quanto àquilo que lê/vê, cerca de 20% sente a necessidade de “confirmar as notícias” de seguida, através da internet (60%) ou outros meios de comunicação social que não aquele onde foram informar-se inicialmente (40%).

Estas são algumas das conclusões do estudo conduzido pela agência de investigação Multidados e da COMbyCOM, representada em Portugal pela Guess What e pela Porto de Ideias, sobre consumo de informação dos portugueses e relação com as chamadas notícias falsas (fake news).

A informação foi recolhida através de 1.500 inquéritos online (CAWI) com duração aproximada de sete minutos, efetuadas entre os dias 28 de abril e 19 de maio de 2021. O estudo foi realizado a indivíduos com idade superior a 16 anos, a residir em território nacional.

A generalidade dos portugueses presentes neste estudo (98,5%) diz já ter ouvido falar de fake news e 98,9% sabe o que o termo significa. Numa escala de um a dez, os inquiridos acreditam que existem fake news nas redes sociais (7,8), jornais online (6,6), televisão (6,18) e em jornais impressos (6,02). Recorrendo à mesma escala, os inquiridos dizem, ainda assim, confiar na rádio (7,06), jornais impressos (6,99), televisão (6,94) e jornais online (6,54).

Na hora de classificar as notícias sobre a pandemia, tema que domina os media nos últimos meses, quase 77% dos inquiridos diz que os meios de comunicação social não fazem um bom trabalho na divulgação de informação sobre o tema.

“As conclusões deste inédito estudo refletem a crescente relevância dos meios online enquanto fonte de notícia para grande parte dos portugueses e o impacto que as redes sociais, fontes pouco filtradas, já têm no dia do cidadão. O conceito de fake news parece já fazer parte do léxico de uma grande maioria, mas poucos são aqueles que se preocupam em verificar ou cruzar factos. Neste contexto, as fontes de informação, como é o caso das agências de comunicação, têm hoje um papel fundamental e ainda mais exigente na divulgação de informação clara, objetiva e acertada”, afirma Jorge Azevedo, managing partner da Guess What.

Por sua vez, Carlos Furtado, diretor-geral da Porto de Ideias, diz que os resultados “vêm provar a importância acrescida dos jornalistas e dos órgãos de comunicação social, mas também da credibilidade das fontes da informação, termo que o cidadão comum sem o saber reconhece e qualifica. E aí entram as agências de comunicação como um parceiro credível dos jornalistas na luta contra as fake news”, conclui.

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