O Nordea 1 – Empower Europe Fund, um novo fundo da Nordea Asset Management (gere ativos no valor de 286 mil milhões de euros), nasce com o propósito de atingir “retornos sustentáveis” através do investimento em “transformações económicas essenciais que superam a volatilidade de curto prazo”, gerando “retornos significativos” para investidores “comprometidos com a prosperidade europeia a longo prazo”, refere a co-gestora de carteira do fundo, Hilde Jenssen, em entrevista ao Jornal Económico (JE).
O fundo estará concentrado em três setores: defesa e Cibersegurança, a resiliência energética e a reindustrialização (reshoring), áreas que deverão ter os seguintes intervalos de alocações: 15–30%; 30–50% e 30–50%, salienta Hilde Jenssen.
Este novo fundo terá algumas semelhanças com o European Sustainable Stars mas com uma maior diversificação nos ativos que vão compor a carteira de investimento. Hilde Jenssen afirma que o Empower Europe Fund deverá ter entre 50 e 70 posições face aos 35 a 45 ativos que estão previstos para o European Sustainable Stars.
Questionada sobre os objetivos ao nível da performance do novo fundo da Nordea, Hilde Jenssen refere que o fundo vai “adotar uma abordagem de investimento distinta” que estará centrada na “transformação estrutural de décadas que a Europa atravessa”, em vez de “perseguir ganhos táticos” de curto prazo.
“Esta perspetiva de longo prazo estabelece o Empower Europe como um fundo temático virado para o futuro, concebido para captar o valor das mudanças duradouras que estão a remodelar as indústrias europeias. Ao contrário dos fundos convencionais que reagem aos ciclos temporários do mercado, o Empower Europe visa retornos sustentáveis, investindo em transformações económicas essenciais que superam a volatilidade de curto prazo”, esclarece a co-gestora da carteira do fundo.
Ainda sobre a performance que se espera deste novo fundo Hilde Jenssen diz que o Empower Europe Fund visa também “equilibrar estrategicamente” o desempenho financeiro com investimentos no futuro da Europa, “apoiando o crescimento sustentável, o desenvolvimento regional equilibrado e a independência tecnológica”.
Hilde Jenssen entende que ao reforçar a soberania europeia em setores críticos, o Empower Europe “visa salvaguardar o modelo de bem-estar e os valores fundamentais” do continente, enquanto gera “retornos significativos” para investidores “comprometidos com a prosperidade europeia a longo prazo”.
A co-gestora de carteira do Empower Europe Fund refere que este fundo acaba por se destacar das restantes ofertas da Nordea Asset Management “pela sua visão estratégica única e abordagem de investimento especializada”.
Hilde Jenssen diz ainda que este novo fundo se vai diferenciar pelo seu “foco dedicado no reforço da soberania económica europeia, investindo nas empresas que estão a liderar essa transformação, o que no entender de Hilde Jenssen “o torna distinto” face a outras ofertas.
A co-gestora de carteira do Empower Europe Fund diz que o fundo vai estar “estrategicamente posicionado” para captar oportunidades de investimento que surgem da “necessidade urgente” da Europa de alcançar uma maior autonomia em três setores críticos: “defesa e Cibersegurança (15–30%); resiliência energética (30–50%) e reindustrialização (Reshoring) (30–50%)”, descreve Hilde Jenssen.
“Estes setores estratégicos respondem a vulnerabilidades críticas da Europa: a dependência excessiva da Rússia para recursos energéticos, da China para capacidade de produção, e dos Estados Unidos para defesa e infraestruturas de segurança”, clarifica Hilde Jenssen.
Hilde Jenssen adianta que, ao contrário do European Stars, que tem um âmbito mais abrangente, o Empower Europe Fund apresenta um “foco temático estrategicamente” definido: “partilha algumas empresas selecionadas com o European Sustainable Stars, mas mantém uma carteira mais concentrada (35 – 45 ativos), em contraste com a maior diversificação do Empower Europe, que abrange entre 50 e 70 posições. Por outro lado, expande o universo de investimento a pequenas e médias empresas europeias que são de difícil acesso para o investidor comum, mas que são fundamentais para reconstruir as capacidades estratégicas da Europa”, salienta a co-gestora da carteira deste novo fundo da Nordea Asset Management.
“A alocação do fundo é orientada por três temas estratégicos, em vez da tradicional seleção de ações com base exclusiva na análise “bottom-up“”, adianta Hilde Jenssen. A análise bottom-up é uma abordagem que se foca na análise de ações e minimiza a significância dos ciclo macroeconómicos e de mercado.
“Este fundo responde de forma estratégica à necessidade europeia de reconstruir a infraestrutura de defesa, modernizar os sistemas energéticos e reorientar indústrias estratégicas”, diz a co-gestora da carteira do Empower Europe Fund.
Hilde Jenssen diz ainda que o interesse dos investidores por ativos dos setores da energia, indústria, defesa e cibersegurança “está a crescer rapidamente” e está a ser impulsionado pelo “apoio político, pelos riscos geopolíticos e pelas tendências de transformação” das infraestruturas.
“A transição energética está a atrair níveis históricos de capital, à medida que governos e empresas procuram modernizar as infraestruturas da rede elétrica. Neste sentido, a Agência Internacional de Energia projeta que o investimento global em energia atinja os 3,3 biliões de dólares em 2025, dos quais 2,2 biliões serão com foco em energia limpa — mais do dobro do investimento em combustíveis fósseis”, sublinha Hilde Jenssen.
Hilde Jenssen diz ainda que a transformação industrial que está a ocorrer em toda a Europa “está a gerar novos investimentos substanciais” através de quadros políticos como o CHIPS Act (no valor de 43 mil milhões de euros), o que tem acabado por beneficiar “empresas de automação e manufatura”.
O CHIPS Act, tem origem nos Estados Unidos, em 2022, e teve como propósito criar incentivos para a produção doméstica ao nível científico e também de semicondutores. O Chips Act tinha a intenção de avançar com incentivos federais no valor de 53 mil milhões de dólares para a manufatura, pesquisa e desenvolvimento de semicondutores em terras norte-americanas.
No que diz respeito à área da defesa Hilde Jenssen refere que os orçamentos globais ultrapassaram os 2,44 biliões de dólares em 2023, com a Europa a “realizar o seu maior reforço militar” desde a Guerra Fria, dando como exemplo o fundo de modernização de 100 mil milhões de euros da Alemanha.
“Além disso, o mercado da cibersegurança deverá crescer a uma taxa anual de 9% até 2027, impulsionado por iniciativas como o programa europeu ECCC, no valor de 1,6 mil milhões de euros”, explica Hilde Jenssen.
“Estas tendências convergentes representam aquilo que muitos analistas consideram uma oportunidade de investimento geracional nos domínios das infraestruturas energéticas, equipamentos industriais, sistemas de defesa e soluções de cibersegurança. A combinação de financiamentos públicos, realocação de capital por parte das empresas e necessidades de segurança está a impulsionar uma procura sustentada nestes setores, apoiada por mudanças fundamentais nas prioridades nacionais”, diz Hilde Jenssen.
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