As famílias com maiores rendimentos são aquelas que priorizam a economia circular nos seus consumos diários, enquanto os casais reformados são aqueles que revelam estar menos comprometidos com as metas da circularidade na economia.
A conclusão surge num estudo divulgado, esta quarta-feira, por um dos centros de investigação económica do departamento Prospetivo do Cetelem – BNP Paribas Personal Finance, que reuniu respostas de 14 mil indivíduos da Bélgica, Espanha, França e Portugal, em 2020, e que serviu para compor 10 perfis de consumo a que corresponderão os estilos de vida mais comuns em Portugal.
Estes perfis, explica a instituição financeira, foram identificados através do cruzamento de critérios sociodemográficos – como idade, número de elementos por habitação –, com critérios orçamentais: rendimento líquido, restrições orçamentais, entre outros. Assim, foi possível compor 10 perfis e a relação de cada um com os objetivos da economia circular (sustentabilidade).
De acordo com o Cetelem, as famílias mais abastadas lideram o ranking pois são aquelas que adotam “a economia circular mais profundamente nos seus hábitos”, uma vez que conseguem fazê-lo mais facilmente por causa das “margens orçamentais”. “Estas famílias não hesitam em comprar produtos caros que parecem ser os melhores em termos de qualidade, impacto ambiental e saúde”, explica o Cetelem.
Depois destes, surgem os jovens adultos despreocupados, os casais jovens, as famílias estrategas e os casais ouro de meia-idade como “simpatizantes da economia circular”. “Regra geral, não são proprietários e demonstram interesse pelos serviços de aluguer, sendo também atraídos pelas compras a outros indivíduos (CtoC)”. Segundo o estudo, este grupo “encontram-se, também, bastante preocupado com as questões ambientais”.
O destaque, no entanto, vai para os jovens, uma vez que estes recorrem às compras em segunda mão (26%), assim como sites de reservas na Internet ou troca de alojamento (29%). “São pró-consumo sustentável, mas a preocupação com os preços dificulta um compromisso mais profundo com a sustentabilidade nas decisões de compra”, sustenta.
Entendendo a economia circular como um meio para economizar custos e fazer face ao elevado peso das despesas pré-alocadas a que se submetem, as famílias pressionadas, os trabalhadores solteiros e os modestos de meia-idade, aparecem como “pouco empenhados” nesta matéria.
Enquanto as famílias pressionadas gerem orçamentos limitados, o que as impede de optar por produtos mais sustentáveis ou de melhor qualidade, dentro dos trabalhadores solteiros existem dois grupos: os 30-44 anos e os 45-59 anos. “Estas duas subpopulações, devido ao seu intervalo geracional, têm hábitos distintos, o que altera a forma como se envolverem na economia circular”, explica o estudo.
Já os casais reformados e os seniores solitários, por estarem mais inclinados para o consumo mais tradicional, onde a propriedade é importante, não aparecem como alvos estratégicos dos serviços de economia circular.
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