A multinacional francesa Sanofi vai vender a sua divisão de medicamentos isentos de prescrição nos próximos meses, refere o jornal “El Economista”. A área, que gerou receitas de 5.130 milhões de euros em 2023 (12% do volume de negócios total) está avaliada em cerca de 20 mil milhões de euros, segundo analistas do mercado – que antecipam a conclusão do negócio, uma das maiores operações do sector este ano, até ao final de 2024.
A empresa francesa estuda dois tipos de operações para conseguir o maior encaixe possível: realizar a operação por meio de um IPO ou, em paralelo, sondar o mercado para encontrar um possível comprador. Goldman Sachs e Morgan Stanley trabalharão em conjunto com BNP Paribas e Bank of America no desinvestimento do negócio.
Há já vários meses que surgiram rumores sobre os planos da Sanofi de se desfazer da sua unidade de medicamentos sem prescrição. O cenário mais provável era a criação de uma empresa independente listada na bolsa francesa, além de manter sua sede no país.
A operação que começa a tomar forma no interior da gigante francesa inscreve-se numa tendência que vem sendo observada no sector farmacêutico há alguns anos: grandes empresas começaram a especializar as suas áreas de negócio e a liberar-se de segmentos que deixaram de fazer parte do ‘core’. Os dois últimos exemplos – num caminho muito semelhante ao que a Sanofi vai agora empreender – foram protagonizados por GSK e Johnson & Johnson.
A GSK britânica decidiu deixar para trás a sua divisão de medicamentos sem prescrição, que agora opera como uma empresa independente sob o nome Haleon. Na farmacêutica britânica, aquela área gerou mais receitas que a Sanofi, com um volume de negócios de cerca de 10 mil milhões de euros. A GSK já incorporou medicamentos isentos de prescrição da Pfizer e da Novartis.
Por sua vez, Johnson & Johnson também decidiu separar o seu negócio e há quase um ano a nova empresa, a Kenvue, opera como uma unidade independente, listada em Wall Street. Ambas as gigantes farmacêuticas tiveram participações de capital por um período de tempo, mas entretanto venderam a totalidade das suas participações.
O desinvestimento permitirá à Sanofi enfrentar os desafios que tem pela frente com maior musculatura financeira – novas moléculas para lançar no mercado estão na linha da frente, tendo a empresa vários medicamentos na fase de testes clínicos. E tem outros quinze fármacos em estágios intermediários de estudo. Tudo isto obrigará a multinacional francesa a afetar recursos financeiros mais elevados que noutros anos ao departamento de investigação e desenvolvimento.
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