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Farmacêutica portuguesa BIAL já exporta mais de 70% da sua produção

A BIAL tem atualmente filiais em nove países e vende os seus medicamentos em mais de 55, sobretudo da Europa, África e América.
22 Abril 2019, 18h36

A farmacêutica nacional BIAL já exporta cerca de 70% do seu volume anual de negócios.

“Nos últimos dez anos, o peso das vendas nos mercados internacionais tem sido crescente, representando hoje 70% do volume de negócios, quando em 2010 era de apenas 30%”, destaca um comunicado da empresa, alusivo ao 95º aniversário da existência da BIAL.

“(…) O grupo tem fortalecido a sua expansão internacional com o reforço da sua atividade em importantes mercados farmacêuticos europeus. A BIAL tem atualmente filiais em nove países e vende os seus medicamentos em mais de 55, sobretudo da Europa, África e América”, destaca o referido comunicado.

O mesmo documento acrescenta que “a BIAL tem centrado a sua atividade na I&D (Investigação&Desenvolvimento) de novos medicamentos, nomeadamente nas neurociências, e é até hoje a única farmacêutica portuguesa com produtos de investigação própria”.

“O Zebinix (acetato de eslicarbazepina), para o tratamento da epilepsia, foi o primeiro a ser lançado, em 2009. Hoje está disponível em diversos países europeus e nos EUA, que representam o primeiro mercado em vendas de farmácia para BIAL. O segundo medicamento BIAL, Ongentys (opicapona), para a Doença de Parkinson, foi aprovado pela autoridade regulamentar europeia em 2016 e está comercializado no Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal, perspetivando-se, entre 2020 e 2021, a sua introdução noutros países europeus e nos EUA, China e Japão”, adianta o comunicado.

Com mais de 15.000 novas moléculas sintetizadas, em média, a BIAL aloca 20% da sua faturação anual à I&D, reclamando ser a empresa portuguesa de base industrial que mais investe nesta área.

“No ‘ranking’ ‘The 2018 EU Industrial RD Investment Scoreboard’, a BIAL ocupou a 470ª posição entre as 1.000 empresas europeias que mais investem em I&D. De salientar que, na Europa, há apenas 28 empresas que nos últimos dez anos foram capazes de desenvolver e comercializar medicamentos inovadores”, revela o referido comunicado.

Os responsáveis da empresa salientam que, “a caminho do centenário, a BIAL mantém como grande objetivo ser uma companhia farmacêutica de inovação com presença global, nomeadamente nos mercados de maior relevância – em que os EUA e a Ásia vão assumir um papel preponderante – com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas com novas soluções terapêuticas”.

“O futuro sempre esteve na nossa história” é o lema das comemorações dos 95 anos da BIAL.

Assumindo-se como  a maior farmacêutica portuguesa da atualidade, a empresa nasceu no Porto, em 1924, fundada por Álvaro Portela, sendo hoje dirigida pelos descendentes de Álvaro Portela.

A empresa está focalizada na I&D e tem dois medicamentos inovadores comercializados a nível mundial.

Luís Portela, ‘chairman’ da BIAL, afirma que os 95 anos da companhia são “uma data de grande significado”.

“São poucas as empresas que alcançam 95 anos de vida e, sobretudo, de vida saudável. Saúdo a memória do meu avô, Álvaro Portela, que começou com 14 anos a trabalhar numa farmácia do Porto e mostrou grande talento, capacidade de trabalho e dedicação a um projeto que foi o seu, BIAL”, acrescenta 0 referido comunicado.

A celebrar esta data simbólica, Luís Portela relembra também “todos os que ao longo destes anos deram o melhor de si à BIAL”.

“A empresa foi e é feita pelas pessoas. São elas que estão na base do que temos sido capazes de construir: uma companhia internacional de inovação. Acredito que esta equipa, com os bons produtos que temos e com os bons projetos que estamos a desenvolver, vai continuar esta trajetória de desenvolvimento e de crescimento”, acredita aquele responsável.

Atualmente, a BIAL conta com uma equipa de 964 pessoas, das quais 78% têm formação universitária.

A trabalhar em I&D estão 111 pessoas, das quais 40% são doutoradas, de nove nacionalidades diferentes.

António Portela, bisneto de Álvaro Portela e atual CEO, destaca a visão dos anteriores líderes e do seu pai, Luís Portela, que “criou uma empresa baseada em três pilares: qualidade, inovação e internacionalização.

“Pilares que não só foram cumpridos como se mantêm na base do plano estratégico. Nos últimos anos, a BIAL evoluiu muito, temos medicamentos de investigação própria e estamos em diferentes pontos do globo. Estamos a celebrar o passado, mas a olhar para o futuro. Queremos que a BIAL se afirme cada vez mais como uma empresa de inovação. Este é um sector muito arriscado, que exige enormes investimentos e com resultados a muito longo prazo. Mas, tal como no passado, a saúde continua a ser o nosso sonho”, garante este responsável.

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