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Fatura da eletricidade no mercado regulado sobe a partir de julho. Subida pode atingir três euros

A subida deve-se a um aumento do preço grossista no mercado ibérico. Para os consumidores com uma potência contratada de 3,45 kVA, a atualização representa mais 1,05 euros na fatura média mensal. No caso dos consumidores com uma potência de 6,9 KVA a subida pode atingir os 2,86 euros.
14 Junho 2021, 17h31

A fatura da eletricidade no mercado regulado vai ficar mais cara a partir do próximo mês devido aos aumento do preço grossista da energia no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL), anunciou a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) esta segunda-feira, 14 de junho.

Para os consumidores com uma potência contratada de 3,45 kVA (com um consumo de 1.900 kWh/ano), a atualização representa mais 1,05 euros na fatura média mensal.

No caso dos consumidores com uma potência de 6,9 KVA (um casal com dois filhos com uma consumo de 5.000 kWh por ano) a subida pode atingir os 2,86 euros.

O regulador aponta que a nova tarifa de energia produz efeitos a partir de 1 de julho e que vai abranger apenas os consumidores no mercado regulado (cerca de 5% do consumo total e de 954 mil clientes, em fevereiro de 2021) em Portugal continental e nas regiões autónomas dos Açores e Madeira.

“A tarifa de energia reflete os preços dos mercados grossistas, sendo uma das componentes que integra o preço final pago pelos consumidores no mercado regulado”, segundo o comunicado da ERSE, que destaca que a subida no mercado ibérico deve-se à “elevada cotação das licenças de dióxido de carbono (CO2)”.

“Para adequar a tarifa de energia aplicada aos clientes do mercado regulado à dinâmica de preços dos mercados grossistas, permitindo maior adesão das tarifas transitórias de Venda a Clientes Finais ao mercado e evitando desvios a recuperar em anos subsequentes, a ERSE atualizou a tarifa de Energia com um aumento de 5 euros/MWh”.

A entidade liderada por Maria Cristina Portugal destaca que esta alteração não obriga o mercado liberalizado a repercutir a mesma atualização de preços, “já que cada comercializador segue a sua própria estratégia de aprovisionamento de eletricidade e procura oferecer as melhores condições comerciais em ambiente concorrencial. Mesmo após a revisão em alta das condições de preço para novos contratos de fornecimento de eletricidade, já ocorridas em muitos comercializadores desde o início do ano devido à subida dos preços no MIBEL, subsistem várias ofertas melhor posicionadas que o mercado regulado”.

O regulador aconselha assim os consumidores a compararem os preços de diferentes comercializadores no seu simulador. 

A ERSE explica que para “evitar desalinhamentos excessivos com o mercado livre e a criação de desvios a recuperar posteriormente pelas tarifas, com consequências para todos os consumidores, trimestralmente, sempre que se verificar, face às estimativas da ERSE, um desvio do custo de aquisição do Comercializador de Último Recurso (CUR) igual ou superior a 10 EUR/MWh, a tarifa de Energia deve ser revista num valor fixo de 5 EUR/MWh, no mesmo sentido do desvio”.

Este mecanismo de atualização do custo de energia foi aplicado pela primeira vez em 2020, mas com um recuo no preço. No entanto, face à “subida dos preços da energia elétrica nos mercados grossistas, refletindo os preços mais altos no MIBEL, fruto da elevada cotação das licenças de dióxido de carbono (CO2), as estimativas recentes apontam para um custo médio de 61,85 EUR/MWh, o que corresponde a um desvio de 12,33 EUR/MWh, mais 25% que o inicialmente previsto”.

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