A Century 21 Portugal registou em 2020 uma faturação de 49 milhões de euros, o que significou um aumento de 4,5% face ao ano anterior. A rede imobiliária divulgou esta sexta-feira, 5 de fevereiro os resultados anuais, onde se destacam também os quase dois mil milhões de euros de volume de negócios mediados pelo grupo em Portugal.
Por outro lado, o número de transações de imóveis vendidos foi de 12.565, o que se traduziu numa quebra de 4,5% em relação às 13.160 efectuadas em 2019. Uma descida que se explica com a diminuição de vendas no segundo trimestre que coincidiu com a chegada da pandemia de Covid-19 em Portugal.
Em entrevista ao Jornal Económico, o CEO da Century 21 Portugal, Ricardo Sousa, traça as perspetivas para o novo ano e o papel que os investidores portugueses poderão desempenhar no mercado imobiliário nacional.
Os resultados superaram as expetativas face ao cenário de pandemia?
O nosso foco em 2020 foi a segurança das nossas equipas e dos nossos clientes, criando as condições para apoiar as famílias neste momento tão particular – e numa necessidade essencial que é o acesso à habitação – para as ajudar a concluir o processo de aquisição e arrendamento das suas casas. No início do primeiro confinamento desenhamos vários cenários possíveis para o ano 2020, pelo que consideramos bastante positivos os resultados registados no ano passado.
O que esperam do mercado para 2021?
Continuamos a viver uma situação epidémica sem precedentes e o verdadeiro impacto na economia real e no rendimento das famílias ainda não é claro, contudo estamos moderadamente optimistas para 2021 no que respeita ao mercado residencial. Registam-se níveis elevados de procura, existe financiamento disponível para as famílias e é expectável que, já em 2021, se verifique um aumento da oferta de habitações novas direcionadas para a classe média e média baixa. Por fim, é expectável que seja revista o processo de moratórias com extensões dos prazos para proteção das famílias e PME.
A alteração ao regime dos Vistos Gold poderá ter algum impacto no investimento estrangeiro?
Tendo em conta o contexto que estamos a viver, todos os incentivos ao investimento são bem vindos e todas as restrições devem ser muito bem ponderadas ou adiadas para outro momento.
O arrendamento a longo prazo será uma tendência nos próximos anos?
Sim, apesar do claro padrão cultural de proprietário que se verifica em Portugal as soluções temporárias e flexíveis de arrendamento- para períodos de três a cinco anos- são essenciais para que muitas famílias e jovens possam garantir o seu acesso à habitação. Há uma enorme procura neste segmento e, atualmente, verificamos que muitos promotores e investidores estão a apostar em soluções Built to Rent pensadas de raiz para a classe média e para os jovens, o que terá um impacto importante no aumento e diversidade da oferta existente para arrendamento.
Vamos continuar a ter investidores nacionais dispostos a investirem no mercado imobiliário nacional?
Sim, o imobiliário continua atrair pequenos e médios investidores nacionais para aquisição de imóveis residenciais e comerciais para colocar no mercado de arrendamento, para reabilitação e venda. Também investidores nacionais de maior dimensão e promotores nacionais estão bastante activos no mercado residencial. Apenas no mercado imobiliário logístico é que registamos uma maior actividade de investidores internacionais.
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