A sociedade anónima desportiva (SAD) do FC Porto era a que apresentava a maior estrutura salarial (à data do estudo), entre os três maiores clubes portugueses, apesar de não existir uma grande diferença entre os clubes de Alvalade, Luz e Dragão no que respeita à pressão da folha salarial nas respetivas finanças, revelou o primeiro estudo do Observatório do Futebol da Faculdade de Ciências da Saúde e do Desporto, divulgado na sexta-feira.
O estudo que analisou os relatórios dos últimos três exercícios anuais (excluindo para este efeito os números já conhecidos relativos ao primeiro trimestre de 2018/19), com o objetivo de comparar a estabilidade financeira das SAD de FC Porto, SL Benfica e Sporting CP, conclui que a equipa da Invicta gastou na última época (2017/2018) 78 milhões de euros com a sua folha salarial. A Sporting SAD gastou 74 milhões de euros em pessoal e a SAD ‘encarnada’ registou uma folha salarial de 68 milhões de euros.
Mais, observando os rácios da pressão salarial entre as épocas 2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018, o FC Porto tem vindo a baixar a esse valor, sobretudo, pelos condicionamentos quanto a regras de fair-play financeiro da UEFA. O Sporting, por sua vez, tem feito uma curva ascendente de investimento neste ponto. O Benfica é nesta altura a SAD que apresenta uma estrutura salarial mais baixa.
Nota para a UEFA e a ECA (European Club Association), que recomendam que o rácio da pressão da folha salarial não deve ultrapassar os 70%.
A partir da pressão que a folha salarial tem nas finanças de um clube, o estudo, da autoria de Luís Vilar, professor e diretor da Faculdade de Ciências da Saúde e do Desporto da Universidade Europeia, indica que o Benfica foi o clube com maior rendimento sem transação de jogadores, registando 122 milhões de euros, devido, principalmente, ao elevado montante de receitas televisivas.
Outra conclusão é de que o Sporting foi o clube com menor rendimento sem transação de jogadores (92 milhões de euros), sobretudo, pela reduzida verba de prémios provenientes da UEFA.
O mesmo estudo aponta ainda para a dependência que os três maiores clubes de Portugal evidenciam da venda de jogadores. A FC Porto SAD tem os maiores gastos excluindo transações de atletas, no valor de 134 milhões de euros, superior a Benfica e Sporting com 116 e 110 milhões, respetivamente. Já os rendimentos do Benfica, neste cenário, são superiores a FC Porto e Sporting, com 107 e 92 milhões, respetivamente.
O clube da Luz tem, segundo o Obsevatório do Futebol, a única sociedade com resultados positivos sem vendas de atletas, entre os três ditos grandes, não estando assim dependente dessas mais valias.
Sobre a relação “valor vs custo do plantel” Sporting e Benfica demonstram uma melhor otimização. Por outro lado, a linha do FC Porto neste campo sofreu um decréscimo na última temporada, também pelo número de jogadores que não pertencem na totalidade aos azuis e brancos.
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