A polémica em torno da génese do problema que originou uma falha do sistema de videoarbitragem (VAR) utilizado no jogo entre FC Porto e Arouca referente à quarta jornada da I Liga de futebol, no Estádio do Dragão, gerou a troca de argumentos entre a SAD do FC Porto e a Altice.
Desde o início da época passada que a Meo deixou de constar na parte da frente da camisola do FC Porto mas mesmo assim, não é comum ver clube e patrocinador a trocar argumentos em público. Note-se em junho de 2022, no momento em que a Meo deixou de constar na frente da camisola “azul e branca”, Pinto da Costa, presidente da SAD, referiu que a marca detida pela Altice continua a ser parceira do FC Porto “mas noutras situações”.
No final de 2015 foi oficializado o negócio da compra dos direitos televisivos dos jogos do FC Porto por parte da Meo por uma verba de 457,5 milhões de euros, um acordo que engloba ainda o direito de exploração comercial de espaços publicitários do Estádio do Dragão.
O negócio implicava que a Meo fosse o patrocinador oficial do clube por um período de sete épocas e meia a partir de janeiro de 2016.
A polémica entre FC Porto e Altice
Em comunicado, a Altice contraria a tese apresentada pela administração da SAD dos ‘azuis e brancos’, que rejeitou que tenha havido falhas energéticas, e fala numa “falha de energia na tomada elétrica do Estádio do Dragão”, tal como já tinha sido apontado pelo Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
“Não foi detetada qualquer avaria no sistema de suporte ao VAR, nem se procedeu a qualquer substituição do mesmo. Assim que as equipas técnicas verificaram que a fonte de alimentação da UPS (Uninterrupted Power Supply) tinha esgotado a bateria, decorrente da falha de energia da tomada de alimentação disponibilizada pelo FC Porto, imediatamente ligaram uma segunda UPS, totalmente carregada, que possibilitou a restauração total dos sistemas e do respetivo serviço VAR”, refere a empresa em comunicado.
A Altice salienta que quando ocorreu a falha do sistema de videoarbitragem, e antes da utilização da segunda UPS, “foi comprovado no local, pelas equipas técnicas da Altice e do Futebol Clube do Porto, a existência de uma falha de energia na tomada elétrica do Estádio do Dragão”.
“De sublinhar que foi a redundância da sua infraestrutura, pela existência de uma segunda UPS, que permitiu retomar o sistema de videoarbitragem”, conclui.
Esta segunda-feira, o FC Porto defendeu que não ocorreram falhas energéticas, rejeitando a ideia que a “tomada elétrica disponível na zona de revisão do estádio não possuísse energia socorrida”.
Os ‘dragões’ asseguraram também que há “um outro quadro elétrico com outra tomada disponível para utilização” e desmentiram a posição do CA da FPF, que tinha atestado a existência de “uma única tomada elétrica disponível” naquela área de revisão do recinto.
Atribuindo “toda a responsabilidade de montagem do sistema e ligação” aos técnicos da Altice, contratados pela FPF, o FC Porto explica que esse cabo conectado na origem à fonte de energia do estádio cedida pelo clube “não foi conectado aos equipamentos do VAR”, levando a que o sistema funcionasse através de baterias “desde o início do jogo”.
Liga Portugal pediu inquérito
A Liga Portugal anunciou esta segunda-feira a solicitação para a abertura de um processo de inquérito relativamente à falha do sistema de VAR no Estádio do Dragão este domingo, durante a partida entre o FC Porto e o FC Arouca.
FC Porto pede anulação do jogo com o Arouca por “violação das regras”
Em comunicado, o organismo liderado por Pedro Proença realçou que esse pedido é feito com base nos “factos descritos no relatório dos Delegados da Liga Portugal nomeados para o jogo.
“A Liga Portugal informa que solicitará ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a instauração de um processo de inquérito para averiguar os motivos que causaram a mesma, de forma a que se possam apurar responsabilidades pelo sucedido”, explicou a entidade responsável pela organização da primeira e segunda ligas de futebol.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com