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Fenprof: “o Governo deve suspender as atividades das escolas”

Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, afirmou esta terça-feira que “o pior que podia acontecer à educação era sobreviver assente sobre milhares de mortos”.
  • José Sena Goulão/Lusa
19 Janeiro 2021, 16h12

“A Fenprof considera que enquanto durar o confinamento que se pretende geral, as escolas não podem continuar a ser exceção e também deverão encerrar, contribuindo, desta forma, para travar e reverter o rumo da pandemia. Os números tanto de infeções como de óbitos assim o justificam”. Numa declaração aos jornalistas, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou terça-feira, 19 de janeiro, que não há condições para manter as escolas abertas.

“O país está à beira de uma enorme tragédia”, salientou, lembrando que um membro do grupo de trabalho do Instituto Superior Técnico que acompanha esta situação disse ontem que as projeções apontam para um acréscimo de 10 mil mortos aos 16 mil previstos, casos as escolas se mantenham abertas.

“Face à opinião consensual dos especialistas e à inépcia do Governo para criar as condições indispensáveis de garantir o ensino presencial em segurança, a Fenprof considera que não há alternativa. “O pior que podia acontecer à educação era sobreviver assente sobre um número de milhares de mortos porque não houve a capacidade para perceber que este não é um tempo normal. Achamos que o Governo deve suspender as atividades nas escolas e a partir daqui ir avaliando, ir ouvindo os especialistas”.

Mário Nogueira saudou a decisão do Ministério da Educação de avançar com testagem rápida nas escolas, mas considerou que é insuficiente. “Deverá ser um rastreio nacional” e ir muito além do secundário. “Quanto mais velhas são as pessoas, maior o risco que correm de ser infetadas”, disse, assinalando em concreto o pré-escolar, onde um grande parte dos profissionais têm idade mais avançada.

O Ministério da Educação anunciou esta terça-feira que os estabelecimentos de ensino localizados em concelhos de risco extremamente elevado vão começar a usar testes de antigénio a partir de amanhã. O ministério diz que também que, em caso de identificação de surtos ativos será intensificada a testagem, “envolvendo e priorizando toda a comunidade escolar dos estabelecimentos de ensino afetados, independentemente do grau de ensino a que pertença”.

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