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Fileira têxtil pronta a ajudar a Aicep na próxima etapa

Nova plataforma vai permitir poupanças em termos dos investimentos em instrumentos de ajuda às exportações. Mas muitas empresas já os têm.
4 Maio 2019, 15h00

Depois do calçado, será o setor têxtil, mais especificamente os têxteis-lar, a alinhar na plataforma que a agência criou para alavancar as exportações, com o grosso do setor a ter de esperar mais algum tempo. Para Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), o novo instrumento merece-lhe as melhores referências.

“É uma plataforma moderna, interativa, simples, mas alavancada na inteligência artificial, que de alguma maneira antecipa as nossas necessidades, e de acordo com o perfil de informação que lá se coloca”, disse ao Jornal Económico.

Segundo Paulo Vaz, “estamos esperançados que possa vir a ajudar ao crescimento das exportações”, uma vez que a plataforma agrega informação que de algum modo andava dispersa por vários domínios e não tinha um grau de atualidade suficiente em termos das necessidades da indústria. “Muitas vezes é o problema que se apontava à AICEP, que tinha informação desatualizada” e dispersa, que agora passa a estar agregada a um instrumento muito dinâmico.

Mas, para Paulo Vaz, a plataforma é também “claramente um instrumento de poupança para as empresas”, que, com este acesso, com certeza poderão reduzir custos em áreas que passam a ser redundantes ou que teriam de ser alvo de investimento particular”. “Há trabalho que pode ser substituído pela plataforma”.

É nesse quadro que, diz Paulo Vaz, a ATP está disponível para ajudar a alimentar a plataforma. Tanto mais que o setor têxtil, “pela sua dimensão”, será mais moroso e mais detalhado em termos de acrescento àquele instrumento da AICEP. “O setor têxtil é mais complexo e mais extenso, e estamos disponíveis para colaborar com a AICEP”, concluiu.

De qualquer modo, e numa altura em que as exportações são, para o setor têxtil, uma realidade diária com mais de uma década, uma parte das empresas já tem os seus próprios mecanismos de exportação. Mesmo no mais ‘escondido’ setor dos têxteis-lar.

Há mais de 40 anos, Celso de Lemos, engenheiro químico formado na Bélgica, teve a ideia de acrescentar às perícias manufatureiras da região de Viseu os melhores linhos e algodões do mundo. Dessa conjugação nasceu a Habidecor, considerada a produtora dos melhores atoalhados do mundo, presentes principalmente nos hotéis mais exclusivos do planeta – principalmente da parte do planeta que está construída acima da linha do deserto da Península Arábica.

Pierre Lemos, filho do fundador do grupo, consciente de que os têxteis-lar, serão o próximo setor a ‘embarcar’ na aventura digital proposta e patrocinada pela AICEP, disse ao Jornal Económico que “ao nível da divulgação, do marketing, da formação de marcas, temos na empresa tudo aquilo de que precisamos. Mas isso não impede que todos os instrumentos que auxiliem o crescimento das exportações sejam bem-vindos.

É precisamente essa a ideia de José Alexandre Oliveira, CEO do grupo Riopele – que faturou 76 milhões em 2018 e exportou 98% daquele valor: “tudo o que vier em benefício das exportações é bom, porque o setor já percebeu que é a melhor forma de crescer” e de acrescentar valor de forma sustentada ao PIB nacional, disse ao JE. Mas não sem acrescentar que “a Riopele já tem internamente” todos os mecanismos de que precisa para manter devidamente oleado o longo processo das exportações.

Artigo publicado na edição nº 1985 de 18 de abril do Jornal Económico

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