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Fintech Loyaltek chega a Portugal com cartões pré-pagos para usar no comércio que agora reabre

A empresa belga está à procura de um ‘country manager’. “Já tínhamos alguns negócios em Portugal. No entanto, pretendemos aumentar a nossa atividade”, disse ao Jornal Económico o fundador e diretor-geral, Robert Masse.
19 Maio 2020, 07h25

A fintech belga Loyaltek chegou este mês a Portugal com uma oferta destinada a relançar os negócios e as comunidades locais: um cartão pré-pago que pode ser carregado quer por particulares, empresas, entidades públicas ou mesmo organizações não-governamentais (ONG). O objetivo é relançar a economia, procurando direcionar o dinheiro para segmentos específicos, à semelhança daquilo que acontece com os tradicionais cartões de refeição, que só podem ser utilizados nalguns terminais.

No “Unity Card” – que foi desenvolvido em parceria com a fintech Paynovate (membro da rede Visa) – também são os parceiros da empresa que definem o montante. Neste caso, há cartões de emergência alimentar e de recuperação económica, cujos públicos-alvo e redes de aceitação diferem. “O cartão de emergency food é aceite por comerciantes que vendam alimentos, tais como os supermercados, e geralmente permite o acesso total ou limitado às caixas multibanco. O cartão destinado à recuperação económica normalmente não permite o acesso ao multibanco e está limitado aos comerciantes locais que tenham sofrido com esta crise”, explica o fundador e CEO ao Jornal Económico (JE).

Questionado sobre os critérios para definir quais os comerciantes impactados, Robert Masse refere que cabe à entidade financiadora promover o cartão e decidir a sua personalização consoante a região, país, entidade. “Normalmente, as lojas não impactadas pela crise (ou menos impactadas) como os supermercados não são abrangidas”, clarifica.

O cartão que a Loyaltek está a apresentar em Portugal funciona exatamente como aquele que a fintech desenvolveu na Alemanha durante a crise migratória, para que o poder local pudesse gerir os subsídios atribuídos aos refugiados. “Distribuímos dezenas de milhares de cartões às autoridades locais para estas poderem gerir os subsídios dos refugiados sírios, permitindo-lhes responder às suas necessidades mais básicas através de compras junto dos comerciantes locais”, lembra Robert Masse ao JE.

A emissora e gestora de cartões e terminais de pagamento está ainda a recrutar um diretor geral para o mercado português para aumentar a sua presença a nível nacional. “Já estamos presentes em 14 países da Europa, incluindo Portugal, onde já tínhamos alguns negócios. No entanto, pretendemos aumentar a nossa atividade e nesse sentido justifica-se uma presença mais abrangente e direta. Pensamos que esta solução pode ajudar as regiões, as cidades e os municípios a enfrentarem e recuperarem desta crise”, afirma.

As autarquias são o foco da empresa no curto e longo prazo, pelo que promover os cartões junto dos municípios a Loyaltek optou por disponibilizar gratuitamente até 5 mil cartões por cada um para que se crie uma rede à qual todos, independentemente da dimensão, se possam juntar. “O nosso objetivo é continuar a trabalhar com essas entidades depois disto e com outros produtos nossos, como por exemplo, o Cartão Presente da Cidade”, diz ainda o gestor.

 

Quais os cartões Unity Card?

  • O Unity Card Food – É carregado pelas ONG ou entidades públicas para ajuda alimentar de emergência às pessoas que dela necessitem. É dirigido principalmente a pessoas carenciadas.
  • O Unity Card Standard – Destina-se a ajudar na recuperação económica. O dinheiro é carregado por entidades públicas como “helicopter money”. É dirigido a todos os cidadãos (pequenas quantias) ou aos segmentos específicos mais impactados pela crise como os pequenos lojistas, os restaurantes, entre outros.
  • O Unity Card Boost – Tem o mesmo propósito mas, neste caso, centra-se mais nos cidadãos. O dinheiro é primeiro carregado pelo titular, que recebe um bónus adicional proveniente de fundos públicos. É direcionado a quem dinheiro disponível e visa encorajar a utilizá-lo agora nos negócios locais.
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