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Fitch alerta que indefinição em torno da capitalização do Novo Banco prejudica sentimento dos investidores

”A persistência da incerteza em relação a estes aspectos poderá enfraquecer o sentimento dos investidores em relação à banca portuguesa”, diz a agência de notação financeira.
António Ramalho, Novo Banco
7 Janeiro 2021, 18h52

A agência de notação financeira Fitch Ratings defende que a clarificação sobre o momento da injecção de capital do Novo Banco será positiva para o sistema bancário nacional na medida em que melhorará o contexto de financiamento e de capital dos bancos portugueses este ano.

Numa nota enviada às redações, a Fitch antecipa que será feita a injeção de capital no Novo Banco, caso esta seja necessária, mas frisa que a “incerteza” sobre a capitalização do banco “poderá penalizar o sentimento dos investidores em relação ao setor” bancário.

Recorde-se que o Parlamento bloqueou a transferência de cerca de 470 milhões do Fundo de Resolução para capitalizar o Novo Banco em 2021 por contas das perdas de 2020 na votação final global do Orçamento do Estado para este ano.

Em entrevista à SIC Notícias, no programa “Negócios da Semana”, em dezembro, o presidente executivo do Novo Banco não revelou o montante concreto das perdas registadas no ano passado, que andaram em torno dos mil milhões de euros.

A Fitch frisa ainda que não é claro se o acionista maioritário do Novo Banco, o Fundo Lone Star, recorrerá à via judicial no caso de o Fundo de Resolução não capitalizar a instituição de crédito.

”A persistência da incerteza em relação a estes aspectos poderá enfraquecer o sentimento dos investidores em relação à banca portuguesa, especialmente se os investidores questionarem a capacidade das autoridades em cumprir” o mecanismo de capital contingente, ao abrigo do qual o Fundo de Resolução tem de capitalizar o Novo Banco por incorrer em perdas com determinados ativos.

A agência de notação financeira afirmou ainda que o aumento dos custos de financiamento poderá comprimir a capacidade da banca portuguesa de dar lucros, que já se encontra “limitada” devido “à falta de diversificação do negócio, muita dependência dos receitas com juntos e forte concorrência interna”.

 

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