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Fitch: Bancos portugueses expostos a Isabel dos Santos e suas empresas arriscam imparidades

A agência de notação financeira considera “positivo” o afastamento progressivo dos bancos portugueses face a Angola. Fitch considera que banca nacional vai conseguir lidar com eventuais imparidades causadas pela empresária angolana e suas empresas.
19 Fevereiro 2020, 10h27

“Os bancos portugueses podem continuar a afastar-se de Angola”, segundo uma análise realizada pela Fitch à relação entre a banca portuguesa e Angola.

Num momento em que esta relação está sob escrutínio, devido às revelações feitas pela investigação jornalística Luanda Leaks envolvendo a empresária Isabel dos Santos, a Fitch aponta que a continuação da redução da exposição da banca portuguesa à banca angolana seria “positivo” para os bancos nacionais “dado o fraco ambiente operacional em Angola e deficiências de governação local”.

Analisando o impacto das revelações feitas sobre os negócios da empresária angolana, a Fitch diz acreditar que “a exposição do setor bancário português a Isabel dos Santos e às suas empresas pode enfrentar risco de imparidades, mas estas exposições parecem ser geríveis em tamanho”.

No entanto, a erosão da relação será “negativa para o sistema bancário angolano, que tem beneficiado do capital e conhecimento dos bancos portugueses”.

A relação entre os bancos portugueses e angolanos tem vindo a enfraquecer: de uma exposição de 2% no final de 2014 para uma de 0,7% no final de 2018.

A Fitch aponta que as operações angolanas contribuíram com mais de 230 milhões de euros para os resultados líquidos dos seis principais bancos portugueses em 2013-2014, o que ajudou a “mitigar as operações domésticas”.

Com a redução progressiva das ligações, as operações angolanas contribuem agora com menos de 100 milhões por ano para as receitas líquidas dos seis maiores bancos nacionais.

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