O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou no final da semana passada que a sua equipa técnica chegou a um acordo com o governo argentino sobre a primeira revisão do empréstimo concedido em abril ao país, que permite o desembolso de “aproximadamente dois mil milhões de dólares” (1,7 mil milhões de euros).
A Argentina fechou um acordo com o FMI para um crédito por quatro anos no âmbito do Serviço Ampliado do Fundo (SAF) no valor de 20 mil milhões (17 mil milhões de euros), dos quais já recebeu 12 mil milhões de dólares (10,3 mil milhões de euros).
O FMI e as autoridades argentinas “alcançaram um acordo ao nível da equipa técnica sobre a primeira revisão do programa económico (…) sujeito à aprovação do conselho executivo” que se reunirá no final de julho, afirma a organização em comunicado.
O FMI voltou a elogiar a gestão do governo do presidente ultraliberal Javier Milei, que reduziu a inflação —de 211% em 2023 para 118% no ano passado— e alcançou um superávit fiscal em 2024 pela primeira vez desde 2010.
Milei gaba-se de ter conseguido isso fechando órgãos, cortando 50 mil cargos públicos e eliminando quase totalmente as obras públicas.
“O programa teve um início sólido, apesar de um contexto externo mais desafiador”, afirma o FMI.
Foi sustentado “na contínua implementação de políticas macroeconómicas sólidas, incluindo uma sólida âncora fiscal e uma postura monetária rígida”, acrescenta.
Em troca do acordo de crédito, o governo argentino removeu muitos dos controlos no mercado cambial, vigentes desde 2019, e introduziu um novo esquema de flutuação para a cotação do dólar entre limites.
“A transição para um regime cambial mais flexível e a eliminação de muitos dos controlos cambiais têm ocorrido de maneira ordenada”, destaca a organização com sede em Washington.
A Argentina procura reforçar as suas reservas internacionais e o governo conteve a emissão monetária, contribuindo para manter estável o preço do dólar.
Um resultado aplaudido pelo FMI: “O câmbio oficial tem-se mantido próximo do ponto médio do limite, o processo de desinflação foi retomado, a expansão económica continuou e a pobreza continuou a diminuir”.
O FMI ressalta também que a Argentina “conseguiu voltar aos mercados internacionais de capitais antes do previsto”.
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