França está a dar sinais de contração da sua atividade económica, em outubro, tendo em conta os resultados do ‘Purchasing Managers Index’ (PMI), tendo em conta os dados divulgados pela empresa de rating S&P Global.
No PMI da manufatura, França atingiu 44.5 em outubro, face aos 44.6 do mês anterior, o valor mais baixo dos últimos dois meses indica a S&P.
Ao nível do PMI composto, foi atingido o valor de 47.3 em outubro, face aos 48.6 do mês passado, o valor mais baixo dos últimos nove meses. Na atividade empresarial o PMI ficou em 48.3 em outubro, face aos 49.6 do mês anterior, o valor mais baixo dos últimos sete meses, enquanto que o PMI em termos de output na manufatura fixou-se em 42.5 em outubro, uma quebra face aos 44 do mês anterior, o valor mais baixo dos últimos nove meses.
O economista do Hamburg Commercial Bank, Tariq Kamal Chaudhry, refere que França “continua presa” quando se entra no quatro trimestre do ano, com os desafios do terceiro trimestre “a persistirem”.
Tariq Chaudhry salienta que o valor do PMI composto francês (47.3) indica “claramente” uma economia “em contração”.
O economista salientou que apesar de ter havido eleições há quatro meses “a incerteza continua a pairar” sobre as perspetivas económicas, sublinhando que o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, enfrenta uma “situação política frágil” e o Orçamento para 2025 “continua por resolver, minando ainda mais a confiança empresarial”.
Tariq Chaudhry acrescenta que a “falta” uma estratégia que permita resolver os problemas do défice e da dívida francesa, e que a pressão está a “aumentar” no Governo francês para “tomar medidas urgentes” que “estabilizem a economia” e que respondam aos “desequilíbrios fiscais”.
O economista salienta que o sector industrial francês está “numa crise profunda”, e que os dados do PMI para o sector “confirmam a desaceleração em curso”, apesar de salientar que há uma “pequena réstia de esperança no meio da fraqueza prolongada” que é o “início de um declínio” no preço dos fatores de produção, embora alerte que a procura “esteja a contrair-se há algum tempo”.
Contudo, Tarif Chaudhry refere que as perspetivas [para o sector industrial] no início do quarto trimestre são “sombrias”.
Na indústria, o economista salienta que os volumes de encomendas nacionais e internacionais “não mostram sinais de recuperação, sendo “particularmente preocupante” uma maior quebra da produção prevista para os próximos doze meses.
“A indústria poderia beneficiar de uma maior estabilidade política e investimentos direcionados que apoiem a tão necessária recuperação”, diz o economista do Hamburg Commercial Bank.
Relativamente aos serviços o economista refere que o sector está a “enfrentar condições difíceis” com os resultados do PMI do sector a permanecerem em “contração”, o que sinaliza uma “fraqueza contínua” na atividade de serviços.
Apesar disto, refere o economista, os preços dos fatores de produção subiram, o que coloca “pressão” sobre os custos das empresas.
O economista diz que as perspetivas para os serviços são “mistas”. No curto prazo, refere Tariq Chaudhry, as condições devem “agravar-se” tendo em conta que as encomendas nacionais e internacionais “continuam fracas” com os níveis de emprego a “caírem”.
Contudo, salienta Tariq Chaudhry, existe “esperança” tendo em conta que as expetativas das empresas para os próximos doze meses “continuam otimistas” o que sugere que existe “potencial para uma recuperação a longo prazo no sector”.
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