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Franco africano vai ser substituído

A alteração na moeda dos oito Estados que compõem a União Monetária e Económica da África Ocidental engloba três grandes alterações. A consultora EXX Africa alerta para possível fuga de investidores.
9 Fevereiro 2020, 18h24

A consultora EXX Africa avisou este domingo que a substituição do franco africano (CFA) pelo novo ECO traz um “risco real de uma transição caótica”, acrescentando que isso pode implicar uma fuga dos investidores da região.

Num comentário à decisão de substituir a moeda nos oito Estados que compõem a União Monetária e Económica da África Ocidental (WAEMU, no original em inglês), a EXX Africa escreve que esta mudança “precisa de ser gerida cuidadosamente e com uma forte coordenação política, para garantir uma retirada gradual das reservas no Banco de França e com um processo coletivo de decisão sobre a política monetária”.

No entanto, apontam, “devido à diversidade económica da região e às várias agendas nacionalistas de alguns dos líderes locais, há um risco real de uma transição monetária caótica que pode desencadear uma fuga dos investidores da região”.

As mudanças ao acordo de cooperação monetária da WAEMU com a França foram anunciadas pelo Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, a 21 de dezembro, na presença do Presidente da França, a antiga potência colonizadora e vão entrar em vigor quando os acordos forem formalmente anunciados, algo que pode acontecer já este ano, mas ainda sem um calendário definido.

A nova moeda engloba três grandes alterações: mudança do nome, que passará de CFA para ECO; eliminação do depósito de pelo menos 50% das reservas internacionais do BCEAO no banco central francês, e retirada da França dos órgãos de governação das entidades financeiras do WAEMU (conselho de administração, comité de política monetário e comissão bancária regional).

O CFA foi criado em 1945, com o acrónimo a representar as Colónias Francesas de África, tendo depois mudado o nome completo para Comunidade Financeira de África.

O novo acordo monetário com a França mantém a indexação ao euro com o mesmo nível de paridade (ECO655,957 por EUR1), e a garantia das notas continua a ser assegurada pelo Tesouro francês.

Os Estados que compõem a WAEMU são o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Niger, Senegal e Togo.

O BCEAO é o Banco Central dos Estados da África Ocidental, e é sediado em Dakar no Senegal, de onde serão emitidas as novas notas.

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