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Frasquilho: “Foi com alguma surpresa que soubemos que as ações da Pasogal não podiam ser dadas como garantia”

O chairman da TAP disse hoje que numa carta enviada pela TAP à Groundforce no final de fevereiro, a companhia aérea exigiu que as ações da Pasogal “que deviam ser dadas como garantias, deviam estar livres de qualquer ónus”. Mas mais tarde descobriu que as ações “não podiam ser dadas como garantia porque já havia um penhor” sobre as mesmas.
  • Cristina Bernardo
18 Março 2021, 20h24

O presidente do conselho de administração da TAP diz que foi apanhado de surpresa quando soube que as ações da Pasogal não podiam ser dadas como garantia.

Em audição na comissão parlamentar de economia, Miguel Frasquilho explicou que após a TAP ter verificado que a Groundforce não tinha procedido ao pagamento dos salários aos seus 2.400 trabalhadores a 25 de fevereiro. “Nesse dia, foi enviada a primeira missiva pela TAP onde se falava da questão de que as ações, que deviam ser dadas como garantias, deviam estar livres de qualquer ónus”.

Depois, na madrugada de 7 para 8 de março, “foi com alguma surpresa que soubemos que as ações não podiam ser dadas como garantia porque já havia um penhor sobre essas ações”.

“As ações não se encontravam livres de quaisquer ónus como tínhamos descrito na nossa proposta” do final de fevereiro, destacou Miguel Frasquilho.

A companhia decidiu então ” partir para outras soluções” e foi assim que surgiu a proposta de 14 de março que prevê um aumento de capital no valor de sete milhões de euros.

O gestor disse que estava convicto que as autorizações das autoridades reguladoras e europeias “seriam obtidas com grande celeridade”.

Mas a contraproposta da Pasogal não permitiu avançar para este aumento de capital que poderia ser inteiramente subscrito pela TAP. “Essa contraproposta não podia ser por aceite porque não era praticável. Só a avaliação do valor da empresa podia durar um mês”.

Só na noite de quarta-feira, 17 de março, é que a TAP chegou a uma terceira alternativa para a Groundforce: a possibilidade de compra dos equipamentos da empresa de handling por sete milhões de euros, permitindo a “injeção imediata na companhia” deste valor.

Depois do “princípio de acordo hoje atingido” que a TAP espera que fique fechado amanhã, sexta-feira, 19 de março, vai ser possível “resolver a situação muito difícil que a Groundforce e os seus trabalhadores vivem”.

“Esta não é uma solução estrutural, é de curto prazo. É necessário que nas próximas semanas e meses [os acionistas da Groundforce] se continuem a reunir, a trabalhar, para que uma solução estrutural possa ser encontrada”, defendeu Miguel Frasquilho.

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