Os analistas da fintech Freedom24 fizeram uma análise e concluem que os setores da tecnologia e de defesa deixaram de ser apostas conjunturais e estão a afirmar-se como motores estruturais de crescimento, com a inteligência artificial (IA), os semicondutores, a cibersegurança e a modernização militar a redefinirem o investimento global.
“A defesa não é um ‘porto seguro’ no sentido clássico, mas é um setor com um fluxo garantido de encomendas dos governos. Quem combinar contratos estáveis com investimentos em novas tecnologias — desde drones até à ciberdefesa — sairá a ganhar”, defende a Freedom24.
Ainda assim, “os principais riscos são a ciclicidade política e a necessidade de investir em novas tecnologias” pelo que “as empresas que investirem em I&D e se adaptarem à geopolítica sairão vencedoras”.
Segundo os analistas, “as ações de defesa parecem hoje estáveis graças ao crescimento dos orçamentos na Europa e nos Estados Unidos (EUA), mas não são um refúgio seguro. Existem ciclos de compras governamentais e fatores políticos, mas, em termos fundamentais, o setor tem procura garantida para os próximos anos, criando uma trajetória clara de fluxos de caixa”.
A corretora diz ainda que “os orçamentos militares da União Europeia (UE) e dos EUA estão em níveis recorde. Na Europa, a despesa crescerá para 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e continuará a aumentar, tendo em conta o objetivo da NATO de 5% até 2035. Além disso, a Alemanha e outros países fora do bloco (da Ásia ao Médio Oriente) estão a preparar novos programas e a expandir os seus orçamentos. Isto garante às empresas de defesa contratos de longo prazo e fluxos de caixa previsíveis”.
“Segmentos particularmente interessantes incluem a integração de sistemas (aviação, mísseis de longo alcance, submarinos, marinhas), tecnologias de defesa (drones, ciber, redes) e cibersegurança, onde o crescimento é mais rápido e as margens são mais elevadas”, acrescentam.
A Freedom24 destaca que estamos atualmente a assistir a “uma rara convergência entre a crescente procura empresarial de poder de computação para a IA e os grandes investimentos de capital na produção de chips e em infraestruturas”. Na opinião dos analistas, “isto está a proporcionar um crescimento constante das receitas para as Big Tech, fabricantes de equipamentos e empresas de cibersegurança. Em termos simples, onde há dados e computação, hoje há dinheiro”.
“O consumo de poder de computação está a crescer exponencialmente. A Nvidia e outros líderes estão a registar crescimentos de dois dígitos nas receitas dos centros de dados. Em 2025, os custos de produção de chips irão ultrapassar os 110 mil milhões de dólares, e o mercado total de semicondutores é estimado em mais de 700 mil milhões de dólares. A cibersegurança está a tornar-se uma rubrica obrigatória no orçamento de todas as empresas: o mercado está a crescer a ritmos de dois dígitos, 14–15% ao ano (de acordo com a Markets&Markets)”, lê-se na análise.
A corretora europeia que liga clientes da UE às principais bolsas internacionais, conclui que “em conjunto, isto forma um ecossistema sustentável para o crescimento a longo prazo, apoiando as atuais avaliações das principais ações”.
“Não se trata de um hype de curto prazo em torno da IA, mas sim de uma modernização industrial: o crescimento dos centros de dados, das fábricas e da cibersegurança são tendências estruturais e de longo prazo”, defendem.
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