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Fundador do Vila Galé critica grupos que subiram preços de “forma vertiginosa” e agora sofrem com menos turistas

Na inauguração do Vila Galé Nep Kids, em Beja, Jorge Rebelo de Almeida admitiu que este ano está a verificar-se uma “ligeira descida” no número de turistas portugueses, após um 2022 que foi “espetacular”, mas defendeu que isso apenas será problema para os grupos que subiram os preços de “forma vertiginosa”.
29 Julho 2023, 13h54

O fundador do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, criticou hoje a demora nos licenciamentos de projetos em Portugal, salientando que isso coloca em causa o crescimento económico e o desenvolvimento do país. O empresário criticou ainda os grupos hoteleiros que, segundo diz, este ano “subiram os preços de forma vertiginosa” e agora estão a sofrer com a “ligeira descida” na atividade, devido ao facto de este ano existir um menor número de turistas portugueses do que em 2022.

“Este país está a voltar a uma fase mais difícil. Licenciar é muito difícil porque as pessoas não têm noção do tempo e do custo que isso representa para uma empresa. Estamos habituados a ter um problema e a resolver na hora, mas há pessoas na administração central e local que não entendem isso”, disse Jorge Rebelo de Almeida numa conferência de imprensa por ocasião da inauguração do Vila Galé Nep Kids, um hotel destinado a crianças, na Herdade de Santa Vitória, em Beja, que representou um investimento de cerca de 13 milhões de euros, tendo sido criados 40 pontos de trabalho.

O fundador do Vila Galé admitiu que o turismo está a ter “uma ligeira queda”, após o “ano espetacular” que foi o ano passado, que superou 2019.

“Os grandes responsáveis foram os portugueses, que gastaram um pouco das poupanças da pandemia. Mas este ano temos muitos portugueses a ir para fora, ou então não conseguem fazer férias, e por isso estamos a assistir a uma ligeira descida em alguns segmentos. Mas para alguns que estiveram à espera do ovo ‘no cú da galinha’ e que subiram os preços de forma vertiginosa, por serem gananciosos, isto é um problema”, defendeu. “Nós não fazemos isso”, frisou.

Jorge Rebelo de Almeida frisou que os últimos anos não têm sido fáceis para os grupos hoteleiros, devido ao impacto da pandemia, a subida dos juros e o aumento “descontrolado” dos custos de construção. Mas frisou que o grupo, que é um dos maiores do país, “não desistiu”.

“Temos dado um salto grande. Não desistimos após este período e este projeto (Nep Kids) foi um investimento significativo”, frisou. “Na vida, temos de ter sempre desafios pessoais e profissionais”, disse o fundador do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, referindo-se ao facto de o grupo ter avançado com quatro projetos este ano, num investimento de 40 milhões de euros, em São Miguel (Açores), Tomar, Monte do Vilar e Nep Kids.

Atualmente, o Vila Galé conta com 31 hotéis em Portugal. Segundo o fundador, o grupo tem ainda em pipeline um projeto em Elvas, recuperando um edifício histórico onde funcionava uma fábrica, situada no centro da cidade, para além de quatro outros novos projetos, em Ponte de Lima, Miranda do Douro e no Paço Real de Caxias.

Hotel em Beja está desenhado para crianças

O Vila Galé Nep Kids está inserido no Vila Galé Clube de Campo, numa herdade a cerca de 30 km de Beja, quase na fronteira com o concelho vizinho de Aljustrel. É um hotel destinado a famílias com crianças e está desenhado como se fosse um parque temático, com espaços de diversão, um carrossel, jogos diversos e duas piscinas, entre outras infraestruturas pensadas para os mais pequenos. Os quartos têm alusões ao universo dos contos infantis, com pinturas nas paredes e outros elementos. Alguns evocam também crianças da vida real que se distinguiram por alguma razão.

Mas para além desta infraestrutura, Jorge Rebelo de Almeida destaca o facto de estar inserido numa herdade de 400 hectares, que além de três hotéis do grupo conta ainda com as instalações onde se produzem os vinhos e os azeites Santa Vitória, bem como uma quinta pedagógica, com plantações de fruta, gado bovino, cavalos e outros animais.

“A minha avaliação principal deste ativo é o facto de estar numa propriedade agrícola à séria, não é uma fantasia para turista ver. Temos todas as infraestruturas e tudo o resto, mas o grande ativo é a quinta pedagógica. O objetivo é mesmo deslumbrar as crianças. No Vila Galé sempre apostamos nas famílias, é um segmento que queremos cultivar”.

“O hotel supera a expectativa de qualquer criança. Eles nem conseguem ver tudo apenas numa volta, precisam de dar várias voltas. E os pais também!”, frisou.

“Além disso, no Vila Galé temos equipas de animação muito boas. Os nossos amigos brasileiros vieram para cá dar esse contributo. Eles têm vocação e contagiam”, dando como o exemplo um dos colaboradores brasileiros do grupo, denominado “Dédé”, que é responsável pela animação das crianças no hotel do grupo em Sintra. “Ele gosta mesmo muito daquilo que faz e é esse o segredo”, disse Rebelo de Almeida.

O Clube de Campo Vila Galé inclui outras duas unidades: o Vila Galé Collection Monte do Vilar, que segundo o grupo é um “agroturismo de charme” vocacionado para maiores de 16 anos e que entrou em funcionamento em abril; e ainda o Vila Galé Alentejo Vineyards, um hotel dedicado ao enoturismo, olivoturismo, gastronomia e experiências gastronómicas e de enologia, como provas de vinhos e formação.

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