[weglot_switcher]

Furacão Harvey causa aumento nos preços do petróleo. Porquê?

Medidas de prevenção avançadas pelas empresas podem reduzir a produção da matéria a curto-prazo. O furacão que está a chegar ao continente norte-americano pode ser o maior dos últimos 12 anos e deverá intensificar-se ao longo do dia de hoje.
25 Agosto 2017, 11h45

O furacão Harvey ameaça perturbar um centro de indústria petrolífera no Texas, EUA, causando tempestades e inundações, noticia o Financial Times. Com ventos de 130 km/hora, o furacão que está a chegar ao continente norte-americano pode ser o maior dos últimos 12 anos e, de acordo com agências meteorológicas, deverá intensificar-se ao longo do dia de hoje para furacão de categoria 3, na escala de 1 a 5.

O estado do Texas já tomou medidas nesse sentido, que passam pela emissão de ordens de evacuação obrigatória para milhares de moradores, revela o mesmo jornal.

“Um alerta de tempestade significa que existe perigo de inundação que ameaça a vida das pessoas, com a água a movimentar-se do litoral para o interior durante as próximas 36 horas”, alertou o Centro Nacional de Furacões dos EUA. Matt Rogers, meteorologista e co-fundador do Commodity Weather Group, avisa que “a tempestade está mais forte do que o esperado”.

A aproximação do furacão do Texas agitou o mercado financeiro, que viu o preço do petróleo subir 0,8%. Segundo o departamento de energia dos EUA, 17% da produção nacional de petróleo bruto – cerca de 9,5 milhões de barris por dia – vem do Golfo do México, nos EUA. Além disso, mais de 45% da capacidade de refinação de petróleo está ao longo da Costa do Golfo dos EUA.

Matt Rogers alerta ainda que, apesar do furacão Harvey dirigir-se para sul, afastando-se das principais áreas produtoras e plataformas de petróleo do oeste, as medidas de prevenção avançadas pelas empresas podem reduzir a produção a curto-prazo.

Royal Dutch Shell, Anadarko Petroleum e ExxonMobil, as ‘gigantes’ do petróleo, evacuaram os funcionários e reduziram a produção de petróleo e gás nas plataformas do Golfo, segundo o Financial Times.

Os analistas referem os riscos de inundações e cortes de energia como os que podem causar mais impacto nas companhias, já que podem levar à interrupção nas refinarias.

“O maior impacto desta tempestade será uma redução significativa das importações de petróleo bruto na Costa do Golfo do Texas”, disse Andy Lipow, da Lipow Oil Associates, uma consultoria em Houston, que acrescenta ainda que não esperava escassez generalizada nas bombas de combustível, mas esperava que o furacão Harvey aumentasse os preços nacionais da gasolina.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.