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Fusion Fuel dispara 90% em Wall Street com fundos europeus para projeto de hidrogénio em Sines

Após obter luz verde da Comissão Europeia, a empresa vai agora iniciar negociações com o Banco Europeu de Investimento com vista a obter financiamento e aconselhamento para o seu projeto em Sines de hidrogénio verde em Sines de 650 milhões de euros.
19 Fevereiro 2024, 07h30

A Fusion Fuel fechou a sessão de sexta-feira no Nasdaq a subir 90% para 2,28 dólares, valorizando mais de 16 milhões de dólares para um total de 34 milhões numa única sessão. Durante a sessão, chegou a valorizar 287% para 4,65 dólares na bolsa tecnológica de Wall Street.

No total, foram negociadas 83 milhões de ações, muito acima da média de 1,5 milhões dos últimos três meses. No espaço de um ano, a cotada perdeu 34% do seu valor, mas a ação já esteve mais baixa, tendo chegado a atingir 0,5 dólares. Atualmente, a empresa conta com uma capitalização bolsista de 34 milhões de dólares.

O disparo em Wall Street teve lugar depois de a Comissão Europeia ter anunciado na quinta-feira que a Fusion Fuel faz parte de um lote de mais de 30 empresas que vão ter direito a quase sete mil milhões de euros de dinheiros europeus para desenvolver projetos de hidrogénio verde.

O objetivo é produzir 62 mil toneladas de hidrogénio verde por ano. Uma parte será usada para produzir amónia verde que será exportada para os Países Baixos. Outra parte será usada por consumidores industriais em Portugal.

Com a aprovação, a Fusion Fuel iniciou negociações com o Banco Europeu de Investimento (BEI) sobre o financiamento e aconselhamento para este projeto, assim como com as autoridades nacionais.

“Trata-se de um projeto de produção de hidrogénio verde em Sines com uma capacidade de 630 megawatts e um investimento global de cerca de 650 milhões de euros”, disse ao Jornal Económico (JE) João Wahnon, fundador da empresa.

“O hidrogénio verde será exportado sob a forma de amoníaco verde do porto de Sines para Roterdão. A data limite para comissionamento do projeto será 2029”, acrescentou o responsável.

Questionado sobre qual o valor do financiamento europeu, disse que ainda não pode ser revelado e que aguarda notificação de Bruxelas.

“A nossa visão ao criar o projeto é ajudar a estabelecer Sines como o principal hub de hidrogénio verde no sul da Europa e unir dois grandes portos europeus no avanço da economia verde”, disse em comunicado Pedro Caçorino Dias, responsável da Fusion Fuel.

A empresa desenvolveu a sua própria tecnologia para produzir hidrogénio verde: o Hevo-Solar, um módulo solar fotovoltaico que alimenta 288 pequenos eletrolisadores (os Hevo) com a capacidade total de produzir uma tonelada de hidrogénio verde anualmente recorrendo apenas à energia solar.

Desta forma, consegue produzir hidrogénio de forma descentralizada: se precisar de produzir mais hidrogénio, basta acrescentar mais unidades Hevo-Solar.

No final de 2022, a empresa arrancou com o projeto H2 Évora, em que recorre a 15 Hevo-Solar para produzir eletricidade a partir de hidrogénio verde para a injetar na rede elétrica. O objetivo do projeto piloto é produzir 15 toneladas de hidrogénio verde por ano.

Em relação ao caso Influencer, o JE perguntou se a empresa tinha sentido alguma réplica (apesar de não estar envolvida no processo), mas a resposta foi negativa.

“Este projeto não foi nada afetado pelo caso ‘Influencer’ e como tal segue o seu planeamento. Os nossos parceiros e investidores mantêm-se no projecto”, garantiu.

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