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Futebol profissional pagou mais 40 milhões em impostos na época passada

A Liga Portugal quer rever impostos como o IVA, IRS e IRC, custos de contexto que no seu entender “prejudicam a competitividade”. Desde 2019, a contribuição fiscal do futebol cresceu 81 milhões, sendo que o maior salto (40 milhões) aconteceu na temporada anterior.
31 Março 2025, 07h00

Os emblemas da primeira e segunda ligas profissionais de futebol em Portugal, assim como a Liga Portugal, pagaram 268 milhões de euros em impostos na época passada (2023/24), mais 40 milhões de euros (18%) do que o montante liquidado na temporada de 2022/23.

A informação consta na oitava edição do Anuário do Futebol Profissional Português, produzido pela consultora EY em parceria com a Liga que, entre outros números, revelou uma descida de 1% no peso do futebol profissional no PIB (662 milhões de euros) e a inédita superação da marca dos mil milhões de receitas atingidas pelos clubes no global.

Relativamente aos impostos, revela este anuário que as contribuições fiscais indexadas às remunerações dos agentes desportivos – IRS e a Segurança Social – “mantêm-se as mais impactantes ao nível da carga fiscal e parafiscal suportada pelas Sociedades Desportivas. Desta forma, detalha o relatório, justifica-se o maior peso de contribuição fiscal na Liga Portugal Betclic.

Note-se que o IRS e as contribuições para a Segurança Social somaram 216 milhões de euros no total, verificando-se um peso no total das contribuições fiscais de 81%. A Liga Portugal Betclic é responsável por 238 milhões de euros (89%) dos impostos pagos pelo futebol profissional (mais 14% do que na época 2022/23) enquanto a Liga Portugal 2 Meu Super viu essa contribuição aumentar 60% face à época 2022/23 para 26 milhões de euros (9% dos impostos pagos pelo futebol profissional em Portugal).

Analisando a evolução das contribuições fiscais do futebol profissional em Portugal, é possível notar que essas contribuições eram de 187 milhões de euros na época 2019/20 e que desde esse contributo dos clubes para a receita fiscal tem tido uma taxa de crescimento anual na ordem dos 9%. Desde essa temporada até à última época, a evolução foi de 81 milhões de euros, sendo que metade desse crescimento aconteceu de 2022/23 para 2023/24: mais 40 milhões de euros.

Relativamente aos impactos fiscais, o IRS é o imposto mais beneficiado pelas contribuições do futebol profissional em Portugal com uma arrecadação de 152 milhões de euros. Desse bolo do IRS, os jogadores são quem mais contribui com um total de 124 milhões de euros, seguido dos treinadores com 15 milhões.

A Segurança Social leva 57 milhões de euros das contribuições com os jogadores a serem quem mais contribui (22 milhões de euros) e o IVA a ser responsável por 38 milhões de euros arrecadados, com 11 milhões a dizerem respeito à bilheteira. IRC (5 milhões) e outros impostos (9 milhões) são os que menos pesam na carteira do futebol profissional em Portugal.

No anuário referente à época 2023/23, a EY destaca que os custos de contexto continuam a “prejudicar a competitividade” do futebol português face a ligas e clubes estrangeiros. “A elevada carga fiscal aplicada ao Futebol Profissional Português limita a sua competitividade e dificulta a retenção de talento face à concorrência internacional. Para mitigar este impacto, a Liga Portugal tem intensificado o diálogo com as entidades competentes, defendendo a necessidade de rever impostos como o IVA, IRS e IRC, de forma a criar condições fiscais mais favoráveis e um contexto menos penalizador em comparação com outros países e outros setores do entretenimento”, destaca a consultora no anuário.

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