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Galp afunda mais de 3% e desvaloriza mais de 340 milhões

Companhia viu os lucros recuarem 75% no quarto trimestre, com as margens a afundarem 15%. Para 2025, a petrolífera espera ventos adversos num ambiente macroeconómico desfavorável e com paragens de produção previstas.
Maria João Carioca e João Diogo Silva, co-CEO interinos da Galp
17 Fevereiro 2025, 17h17

A Galp afundou hoje mais de 3% para 15,54 euros na bolsa de Lisboa, desvalorizando 341 milhões de euros.

A queda aconteceu depois de os resultados da companhia na reta final de 2024 terem ficado abaixo do esperado, o que se reflete nas previsões para 2025.

A companhia registou lucros de 71 milhões de euros no quarto trimestre (-75% face a período homólogo), com a companhia a apontar o “ambiente macroeconómico volátil”, com uma queda de 80% no segmento comercial e uma descida de 38% no segmento upstream.

Durante a reta final de 2024, a margem de refinação afundou 15% para 5,2 dólares por barril.

E o cenário não melhora nas previsões da empresa, com a margem de refinação a ficar nos seis dólares por barril este ano, e nos 5 dólares por barril em 2026.

Para 2025, a companhia espera um ambiente macroeconómico desfavorável, com o também contributo negativo das manutenções previstas nas operações petrolíferas no Brasil, que deverão levar a produção a recuar de 109 mil barris diários para 105 mi.

Já o EBITDA deverá ficar nos 2,5 mil milhões este ano e nos 3,3 mil milhões em 2026.

O cash flow orgânico deverá ficar nos 1,6 mil milhões em 2025 e nos 2,6 mil milhões em 2026.

Os lucros anuais da Galp desceram 4% para 961 milhões de euros em 2024. A companhia vai propor aos acionistas uma subida do dividendo em 15% para 0,62 euros e vai lançar um programa de recompra de ações de 250 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da companhia recuou 7% neste período para 3.297 milhões de euros, refletindo “uma sólida performance operacional entre as várias divisões de negócio num ambiente macroeconómico mais fraco”.

O segmento upstream registou uma queda de 8% para 2.078 milhões de euros. Já o industrial e midstream recuou 6% para 876 milhões de euros. O comercial subiu 1% para 306 milhões, com as renováveis a afundarem 64% para 47 milhões.

A companhia aponta que o Capex (despesas de capital) económico atingiu os 1.291 milhões de euros com as campanhas de exploração e avaliação na Namíbia e os projetos de upstream no Brasil, como Bacalhau, assim como projetos de baixo carbono e de energias renováveis.

Já o free cash flow (fluxo de caixa livre) recuou 3% para 1.335 milhões, enquanto a dívida líquida recuou 14% para 1.200 milhões.

A companhia vai distribuir 769 milhões de euros, incluindo 419 milhões de dividendos e 351 milhões em programas de buybacks (compra de ações), e 166 milhões para interesses minoritários.

“Fechamos 2024 com outro forte trimestre, num ano de entrega consistente, acima do previsto em todas as unidades de negócio”, disseram em comunicado Maria João Carioca e João Diogo Silva, os co-CEO interinos da empresa.

Destacando o EBITDA de 3,3 mil milhões e o cash flow orgânico de 2,1 mil milhões, e após o pagamento de dividendos, a companhia conseguiu “reduzir a sua dívida líquida e reforçar a sua posição financeira”.

“Em 2025 e 2026 vamos continuar a executar os nossos projetos de crescimento estratégicos, o topo do portfólio da Galp, combinando com uma aproximação disciplinada a um plano intensivo de baixo capital”, segundo os gestores.

“A nossa gestão atual está desenhada para assegurar a continuidade do foco e da execução estratégica. Temos grandes pessoas e o apoio da administração para olhar para o caso único de investimento da Galp neste ano”, pode-se ler.

 

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