A Galp só vai concluir o seu processo de recrutamento para novo presidente-executivo daqui a seis meses. A data foi hoje revelada por um dos co-CEO interinos da empresa que garante que a administração mantém plena confiança nos dois gestores.
“Sentimo-nos completamente integrados. Temos o forte apoio da administração”, disse João Diogo Silva na habitual chamada com analistas após a apresentação dos resultados anuais.
“Decorre um processo competitivo de avaliação de candidatos internos e externos. Vai levar seis meses a partir de agora”, acrescentou o gestor que partilha a liderança com Maria João Carioca.
João Diogo Silva disse que este era um momento de os co-CEO focarem-se no trabalho que têm pela frente nos próximos tempos.
A Galp prevê gerar mais 400 milhões de euros de cash flow por ano com a nova plataforma-navio (FPSO) no Brasil. A plataforma para a área de Bacalhau está em preparação e deverá arrancar a sua operação este ano.
Quando estiver totalmente operacional, vai contribuir com mais 40 mil barris diários para a Galp. Por ano, serão mais 400 milhões de dólares em cash gerados para a Galp, revelou hoje a companhia.
Em 2024, a companhia produziu 190 mil barris diários a partir do Brasil, mas para este ano, com manutenções programadas, a produção deverá recuar para 105 mil barris diários.
Para 2025, a companhia espera um ambiente macroeconómico mais desfavorável prevendo 2,5 mil milhões de EBITDA e um cash flow orgânico de 1,6 mil milhões, segundo a co-CEO interina Maria João Carioca.
Para 2026, prevê menos ventos desfavoráveis, com a produção a recuperar com menor peso da manutenção e com mais peso da área de Bacalhau no Brasil. Nesse ano, o cash flow orgânico deverá disparar 20% para 2,6 mil milhões.
A companhia prevê gastar por ano em investimento menos de 800 milhões, com 65% destinados a “crescimento e transformação”.
A refinaria da Galp em Sines atingiu um recorde de produção em 2024. Foram 91 mil barris diários produzidos, uma subida de 15% face ao ano anterior, anunciou hoje a empresa.
Durante este período, as vendas grossistas e retalhistas de produtos petrolíferos da companhia subiram 8%, com a margem de refinação a cair mais de 30% para 7,4 dólares por barril.
A empresa anunciou hoje uma manutenção programada na refinaria de Sines no final de 2025.
Ao mesmo tempo, manteve o prazo de arranque das novas unidades de hidrogénio verde e de combustíveis verdes para 2026, adiantando que 95% da contratação já está feita.
A Galp anunciou esta segunda-feira que vai furar o quinto poço na Namíbia e que espera resultados ainda este mês.
“Realizámos descobertas importantes na Namíbia em 2024 com quatro poços. Vamos furar um quinto poço em 2025, Mopane 3x, no sudeste. Esperamos resultados este mês. Vamos depois integrar os dados para decidir os próximos passos”, disse hoje Maria João Carioca, co-CEO interina da companhia.
Os lucros da Galp desceram 4% para 961 milhões de euros em 2024, anunciou hoje a empresa. A companhia vai propor aos acionistas uma subida do dividendo em 15% para 0,62 euros e vai lançar um programa de recompra de ações de 250 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da companhia recuou 7% neste período para 3.297 milhões de euros, refletindo “uma sólida performance operacional entre as várias divisões de negócio num ambiente macroeconómico mais fraco”.
O segmento upstream registou uma queda de 8% para 2.078 milhões de euros. Já o industrial e midstream recuou 6% para 876 milhões de euros. O comercial subiu 1% para 306 milhões, com as renováveis a afundarem 64% para 47 milhões.
A companhia aponta que o Capex (despesas de capital) económico atingiu os 1.291 milhões de euros com as campanhas de exploração e avaliação na Namíbia e os projetos de upstream no Brasil, como Bacalhau, assim como projetos de baixo carbono e de energias renováveis.
Já o free cash flow (fluxo de caixa livre) recuou 3% para 1.335 milhões, enquanto a dívida líquida recuou 14% para 1.200 milhões.
A companhia vai distribuir 769 milhões de euros, incluindo 419 milhões de dividendos e 351 milhões em programas de buybacks (compra de ações), e 166 milhões para interesses minoritários.
“Fechamos 2024 com outro forte trimestre, num ano de entrega consistente, acima do previsto em todas as unidades de negócio”, disseram em comunicado Maria João Carioca e João Diogo Silva, os co-CEO interinos da empresa.
Destacando o EBITDA de 3,3 mil milhões e o cash flow orgânico de 2,1 mil milhões, e após o pagamento de dividendos, a companhia conseguiu “reduzir a sua dívida líquida e reforçar a sua posição financeira”.
“Em 2025 e 2026 vamos continuar a executar os nossos projetos de crescimento estratégicos, o topo do portfólio da Galp, combinando com uma aproximação disciplinada a um plano intensivo de baixo capital”, segundo os gestores.
“A nossa gestão atual está desenhada para assegurar a continuidade do foco e da execução estratégica. Temos grandes pessoas e o apoio da administração para olhar para o caso único de investimento da Galp neste ano”, pode-se ler.
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